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Defensor nos últimos meses da tese de investimentos no Brasil dentro da América Latina, o JPMorgan ressalta que há falta de gatilhos internos imediatos que possam aliviar o sentimento recente negativo do mercado.
O banco destaca o movimento do estrangeiro no mercado brasileiro, que “ameaçou” fechar maio com saldo positivo na B3 em termos de fluxo, mas fechou com saída de R$ 1,6 bilhão, sendo o quinto mês seguido de saída do “gringo” do país. Os resgates continuam sendo a norma desde então. Nos primeiros cinco pregões de junho, as saídas estão em quase R$ 3 bilhões. Nesta fase, 80% das entradas observadas em 2023 já desapareceram, avalia o banco.
O JPMorgan aponta ainda que o mal estar com relação ao Brasil começou com a mudança das metas fiscais em meados de abril e continua a se aprofundar à medida que os problemas fiscais aumentam. “Além disso, a decisão do Copom [Comitê de Política Monetária] de maio não foi bem digerida pelos mercados e, nesta fase, o JPMorgan não espera mais cortes nas taxas de juro” aponta a equipe de estratégia do banco. O JP espera manutenção da Selic em 10,5% ao ano.
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As perguntas mais frequentes no cenário atual é se o mercado está perto de um ponto de virada, considerando o nível de valuation e as notícias negativas já precificadas. Porém, para a equipe de estratégia, o ponto de virada não virá tão rápido.
Uma das questões a serem abordadas é de onde vem o fluxo e qual o impacto de uma volta do fluxo aos mercados da China e outras questões que poderiam impactar os fluxos para o Brasil.
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“Mas, no final das contas, o que prevalece é que os fundos ativos dos mercados emergentes estão com saídas há quase um ano. Além disso, os fundos locais estão vendo saídas durante boa parte dos últimos três anos”, aponta o banco.
O JPMorgan avalia que haveria uma melhora do sentimento se o governo adotasse uma agenda de redução de despesas. Mas há uma escassez de recursos para os mercados emergentes em geral, na ausência de taxas mais baixas nos EUA.
“Assim, voltamos ao ponto de partida: cinco meses de saídas e provavelmente uma reversão de todas as entradas observadas em 2023, se não mais. Até agora, os recursos estão movimentando dentro dos mercados emergentes, resultando num jogo de soma zero”, aponta o banco. A reunião do Politburo na China em julho pode levar a um fluxo ainda maior.
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Qual a origem do fluxo?
O Brasil e o México continuaram sendo os mercados número 1 e 2 overweight (com exposição acima da média) dentro dos mercados emergentes. Mais fundos são overweight em Brasil do que qualquer outro mercado, com o México em segundo lugar. O posicionamento médio do Brasil está agora 1,8% acima do benchmark, um dos níveis mais altos desde a Grande Crise Financeira de 2008, mas inferior ao dos meses anteriores, de 2,1%.
“Essa queda pode ser um reflexo do aumento na China, mas notamos que a maior parte dos recursos que parecem ter se deslocado para a China vieram sobretudo da Índia, onde as posições caíram mais do que em outros mercados”, avalia o banco.
Os estrategistas apontam ainda o que poderá fazer a diferença em relação ao fluxo. “No passado, posições maiores na China acabaram por impulsionar os retornos dos mercados emergentes, atraindo assim investimento para essa classe de ativos provenientes do fundo de ações globais de US$ 30 bilhões. E, até a Covid, os movimentos do mercado chinês estavam positivamente correlacionados com o Brasil. Não é mais o caso”, avalia.
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A saída acumulada de fundos emergentes no ano é de US$ 20,6 bilhões, embora tenha havido entradas passivas de US$ 14,8 bilhões no acumulado de 2024. Uma pequena ida nos recursos dos fundos globais para os mercados emergentes também repercutiria no Brasil. “Essa é a esperança. Mas também estamos aguardando o gatilho para que isso aconteça. (…) Achamos que ainda não chegamos lá”, conclui o banco.
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