Sem caixa, Cesp desiste de leilão; Ambev tem dia difícil e Vale sofre ação de R$ 100 mi

Confira os principais destaques corporativos desta quinta-feira

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas
Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – O radar corporativo segue agitado nesta quinta-feira (19), véspera de feriado do Dia da Consciência Negra, que deixará a Bovespa fechada amanhã. Nos destaques, a greve dos funcionários da Petrobras (PETR3; PETR4), que caminha para completar três semanas na quinta-feira, levanta preocupações no mercado, mas a meta anual de produção da companhia não deverá ficar comprometida se a paralisação for encerrada em breve, ainda que a extração de petróleo tenha sido decepcionante em outubro.

A paralisação dos petroleiros, que já não tem tanta adesão quanto no início, não afetaria de forma importante a meta de produção de petróleo no Brasil estabelecida para 2015, se a greve terminar antes do fim deste mês, afirmou o Credit Suisse em nota a clientes.

A produção da petroleira no Brasil em outubro, que não foi afetada pela greve, foi de 2,10 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), uma queda na comparação anual, informou na terça-feira a Petrobras. Esse volume deixou a média dos primeiros dez meses do ano em 2,128 milhões de bpd. A meta do ano é de 2,125 milhões de bpd no país.

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Para a avaliação, o Credit Suisse considera que a greve cause uma queda de 80 mil bpd em novembro, ante outubro, e que a empresa produza 2,13 milhões bpd em dezembro. Dessa forma, o banco calcula que a Petrobras irá conseguir aumentar a produção ante 2014 em 4,2 por cento, ante um aumento projetado pela empresa de 4,5 por cento, que pode variar um ponto percentual para cima ou para baixo.

Ambev
A Ambev (ABEV3) teve sua recomendação cortada pelo Santander de compra para manutenção.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) maior de cerveja e cigarro em São Paulo passa a valer a partir de 1° de janeiro de 2016. Ontem, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o projeto de lei encaminhado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) que aumenta o ICMS de 18% para 20% no caso de cerveja, enquanto cigarro e outros produtos de fumo eleva a tributação em cinco pontos percentuais, chegando a 30%.

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Vale
Segundo informações da coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, uma nova ação civil pública pede mais R$ 100 milhões da Vale (VALE3; VALE5) pela tragédia ambiental em Mariana, Minas Gerais. A nova ação demonstra que o acordo firmado ontem entre a Samarco, joint venture entre Vale e BHP Billiton, e o Ministério Público de Minas Gerais de R$ 1 bilhão para reparo do dano causado pelo rompimento das duas barragens não representa nem de longe o fim do estrago financeiro que a tragédia fará aos cofres da mineradora.

Cesp
A estatal paulista Cesp (CESP6) não vai participar do leilão de hidrelétricas existentes que o governo federal promove em 25 de novembro, no qual serão ofertadas as concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que pertenciam à companhia, mas tiveram o contrato expirado em julho. As duas usinas, que somam quase 5 mil megawatts em potência, estão entre as maiores do país e representavam cerca de 75% do parque gerador da Cesp.

“Não nos inscrevemos e não vamos participar… fizemos chamadas públicas (em busca de sócios para disputar o leilão) e até tivemos dois interessados, mas essas parcerias não se concretizaram”, disse o diretor financeiro da Cesp, Almir Martins, em teleconferência de resultados nesta quarta-feira.

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O governo federal espera arrecadar R$ 17 bilhões com a cobrança de outorga junto aos vencedores do leilão, dos quais quase R$ 15 bilhões virão das usinas que pertenciam à Cesp. Devido ao elevado valor e à falta de caixa, a companhia paulista buscava um sócio que entrasse com o capital, enquanto ela cuidaria da operação das usinas e contribuiria com o conhecimento sobre os ativos.

Oficialmente fora do leilão, Cesp irá operar as duas hidrelétricas apenas até que o vencedor do leilão esteja pronto para assumi-las, em um período de transição estimado em seis meses, no qual receberá uma receita que praticamente cobre apenas custos de operação e manutenção. Os demais usinas da Cesp, que somam cerca de 1,6 mil megawatts, têm contratos de concessão que vencem entre 2020 e 2028.

Questionado por analistas sobre os planos da Cesp para crescer após perder seus maiores ativos, Martins disse que ainda não há uma estratégia definida. “Foram feitos bastantes estudos e conversas, mas nenhuma decisão a respeito. Não temos ainda notícias nesse sentido”, afirmou.

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Linx e Cielo
A Linx (LINX3) e Cielo (CIEL3) desistiram de criar joint venture para o pequeno varejo.

Eletrobras 
O Conselho Nacional de Desestatização aprovou as condições da desestatização da distribuidora de energia Celg, que atende o Estado de Goiás, com a venda de 76.761.267 ações ordinárias da estatal Eletrobras (ELET3; ELET6), que representam cerca de 50,93% do capital da empresa.

O valor mínimo de venda das ações da Eletrobras na distribuidora será de R$ 1,4 bilhão, incluído o valor referente à oferta aos empregados e aposentados, de acordo com resolução do Conselho publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.

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MMX Mineração
A MMX Mineração (MMXM3) reduziu sua participação no Porto Sudeste de 31% para 5%, após não ter recurso para exercer o direito de recomprar das ação de emissão do porto.

Lupatech
Após ser submetido a votações, os credores da Lupatech (LUPA3) aprovaram o plano de recuperação judicial da empresa, segundo comunicado da companhia enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A Lupatech entrou com pedido de recuperação judicial em maio, oito meses depois de reestruturar sua dívida. Denúncias de corrupção na Petrobras levaram a Lupatech e pelo menos quatro outras companhias, que dependem da receita da Petrobras, a decretarem default ou pedirem recuperação judicial

Ampla e Coelce
A gigante italiana de energia Enel, que controla no Brasil as distribuidoras de energia Ampla (CBEE3), no Estado do Rio de Janeiro, e a Coelce (COCE5), no Ceará, vai investir 3,4 bilhões de euros no Brasil até 2019, representando um aumento em relação aos 3 bilhões de euros previstos anteriormente, segundo informações de O Globo. Para a empresa, o momento é importante para investir no Brasil apesar da atual crise política e econômica que atravessa, já que, afirma, o país não vai aceitar um retrocesso no sistema político.

(Com Reuters)

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