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SÃO PAULO – A taxa Selic deve cair para cerca de 9% ao ano e permanecer nesse patamar até o final de 2012, afirma a Rosenberg Consultores Associados, através de um corte de 0,75 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária). De acordo com a equipe de macroeconomia da consultoria, mais ajustes para baixo na taxa básica de juro não estão totalmente descartados, mas suas chances são mínimas.
Para a Rosenberg, novos cortes dependerão da evolução da atividade econômica e de eventuais progressos institucionais para reduzir fatores que determinam, estruturalmente, a necessidade de uma Selic alta. Dentre eles, ressaltam, está a regra de remuneração da poupança.
A surpresa positiva do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – índice oficial do governo para estabelecer metas inflacionárias – de março é importante para a queda dos juros, afirma a equipe. O índice apresentou uma trajetória de desaceleração maior que a esperada no primeiro trimestre do ano, favorecendo a nova política do BC de redução da Selic.
Indústria e varejo: movimentos opostos
Já a situação da indústria segue preocupante, afirma a consultoria, mesmo após o pacote de estímulos anunciado pelo governo. Para a equipe de consultores, os estímulos darão fôlego ao setor no curto prazo, mas seu efeito será insuficiente para reverter a atual tendência negativa. Isso porque os problemas que assolam a indústria e determinam a baixa competividade são estruturais, avaliam.
Em contraponto, está o comércio varejista, que apresenta robustas taxas de expansão, incentivadas pelo mercado de trabalho e crédito. “O desempenho neste início de ano foi acima das expectativas e deve se acomodar na margem, num patamar elevado. O segundo semestre do ano deve ser melhor para o segmento”, aponta a consultoria, ressaltando que esse movimento pode levar a uma manutenção da taxa Selic aos patamares de 9%, sem maiores cortes.
Nesse mesmo movimento, está a taxa de desemprego brasileira, que atingiu novo nível recorde de baixa em fevereiro, em termos dessazonalizados. Os economistas ressaltam que a formalização do mercado de trabalho alcançou nova máxima histórica, e o rendimento real e a massa salarial seguem aumentando.
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“Com isso, o mercado de trabalho continua se constituindo numa fonte de sustentação do consumo, impulsionando a inflação de serviços. Considerando a estreita margem de ociosiadade, pode ser um fator preocupante para a inflação no médio prazo”, conclui a consultoria.