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SÃO PAULO – Durante uma audição sobre o caso Lehman Brothers, nesta terça-feira (20), a presidenta da SEC (Securities and Exchange Commission), Mary Schapiro, disse que a autarquia irá investigar se algum dos 19 maiores bancos dos EUA estão usando práticas fiscais ilícitas para mascararem seus balanços.
A afirmação de Mary veio em resposta às críticas de Anton Valukas, o examinador do caso, que disse que a comissão foi omissa ao auferir a exposição ao risco do Lehman Brothers. Ele revelou que o banco, que declarou falência em 15 de setembro de 2008, fazia uso de uma manobra contábil chamada Repo 105 para maquiar sua alavancagem nos balanços trimestrais.
Repo 105
Segundo a investigação de Valukas, o Lehman reuniu uma série de transações que o permitia vender seus ativos tóxicos ao fim dos trimestres, eliminando-os de seus balanços.
Após a consolidação dos resultados, o banco recomprava os ativos, reincorporando-os ao seu patrimônio. Desta forma, a operação, que na realidade se tratava de um empréstimo, era contabilizada como uma venda. Fazendo uso desta estratégia, o Lehman Brothers chegou a maquiar US$ 50 bilhões em dívidas.
“Se existirem válvulas de escape, nós iremos fechá-las”, disse a presidenta da SEC, revelando que a agência já enviou intimações para as 19 maiores instituições financeiras dos EUA, pedindo informações sobre este tipo de transação.