“Se Obama fizesse o que Trump está fazendo, seria acusado de ser comunista”, ataca Roubini

Economista, conhecido como Dr. Doom pelas suas previsões pessimistas, também está mostrando bastante crítico sobre Trump

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Conhecido como Dr. Doom em meio ao pessimismo sobre as suas previsões para a economia, o economista Nouriel Roubini tem se mostrado bastante crítico às políticas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo na próxima sexta-feira. 

As críticas se evidenciaram durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. Na véspera, ele afirmou que as políticas do republicano não fazem sentido e que podem levar a perdas de empregos. Já nesta quinta, o professor da Universidade de Nova York afirmou que, se o atual presidente americano Barack Obama fizesse o que Trump está fazendo, seria taxado de comunista, conforme aponta a CNBC.

O economista apontou que a China está se tornando a campeã do livre comércio, promovendo a globalização e a capitalização do mercado livre, “numa época em que o novo líder do maior país capitalista do mundo fala como se estivesse com medo da concorrência, da globalização e do comércio”. 

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Roubini criticou o ataque do presidente eleito a muitas empresas, além do republicano estar dizendo o “que se produzir e o que fazer”. O economista completou apontando que, “se Obama fizesse qualquer uma dessas coisas, seria acusado de ser um comunista”. “Mas o fato de Trump estar fazendo isso é considerado uma boa política industrial por algumas pessoas, não por mim”, disse ele.

As críticas também se voltaram para a intenção de Trump de deixar o TPP (Parceria Transpacífico), acordo de livre-comércio estabelecido entre doze países que foi formado durante o governo Obama.

Segundo Roubini, o TPP deveria solidificar a presença dos EUA na região, “mas Trump chamou-o de um desastre potencial para o país”. Ao invés disso, “acordos comerciais bilaterais” serão negociados. Roubini expressou seu pesar por esta decisão dizendo que os EUA “vão se afastar de uma das regiões mais dinâmicas do mundo.” “Isso vai doer, eu diria principalmente aos Estados Unidos “, acrescentou.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.