“Se há capex no mundo, há demanda para nós”, diz CEO da Tupy

Empresa registrou retomada no último trimestre de 2020 e é beneficiada por ter 85% de suas vendas na América do Norte e Europa

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Apesar do prejuízo acumulado de R$ 76 milhões em 2020, a Tupy (TUPY3) conseguiu registrar crescimento de 18,7% no lucro do quarto trimestre do ano passado, na comparação anual, para R$ 86 milhões. A empresa de engenharia que fabrica componentes estruturais para máquinas agrícolas, para a indústria de transporte de cargas, construção, entre outras, está otimista com 2021 e já enxerga uma retomada.

“Tivemos um segundo trimestre muito difícil, com queda de volume de 61%. No terceiro trimestre houve uma redução de 26% em relação ao ano anterior e já no quarto trimestre a redução caiu para 5,8% do volume físico de um ano antes”, disse Fernando de Rizzo, CEO da Tupy, em live do InfoMoney nesta sexta-feira (12).

“Estamos vendo reinício no ciclo de investimentos das empresas e isso é muito importante. Se há capex no mundo, há demanda pelos produtos da Tupy. Se há crescimento econômico, se há capex, investimentos, você precisa dos produtos que a Tupy fabrica”, completou. “O aumento nos preços das commodities é um prenúncio de que vamos ter muita atividade adiante.”

A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Segundo o CEO, embora suas fábricas fiquem no Brasil e no México, 85% das vendas são feitas para os Estados Unidos e para a Europa, onde a situação da pandemia de coronavírus está mais controlada do que aqui. A empresa ganha também com o câmbio desvalorizado nos países onde fabrica seus produtos.

“Nós temos uma aquisição relevante que é a Teksid. Nosso plano é extrair o máximo de sinergias possíveis. Tem outras oportunidades no caminho vertical. Olhamos potenciais ativos para ajudar a acelerar essa curva de mais usinagem e montagem, mas o foco é extrair os benefícios dessa aquisição que foi anunciada em dezembro de 2019”, afirmou o CFO do grupo, Thiago Struminski.

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A aquisição da Teksid ainda está em análise por órgãos antitruste, mas a empresa não acredita que ela será barrada. Os executivos falaram ainda sobre a emissão de bonds no mercado internacional no valor de US$ 375 milhões, o plano de investimento de R$ 250 milhões em produtividade, o caixa de R$ 1,4 bilhão, maior do que o que ela tinha antes da pandemia, e o baixo endividamento. Assista à live completa acima.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.