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A declaração do presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Jean Paul Prates, sobre a possibilidade de criar uma subsidiária no Oriente Médio pegou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de surpresa. “Se a Petrobras tem algum investimento para fazer aqui, eu não sei no quê”, afirmou Lula em entrevista coletiva neste domingo (3).
Prates afirmou, na sexta-feira (1), que a estatal deverá começar um estudo neste mês para analisar a viabilidade de abrir uma subsidiária da empresa no Oriente Médio. Ele se referiu à iniciativa como “Petrobras Arábia”. A ideia seria fortalecer os laços comerciais da companhia na região do Golfo Pérsico.
O anúncio ocorreu após a sinalização de adesão do Brasil à Opep+. A entidade é um grupo formado por 23 países entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados. No caso da Opep, os países têm obrigações a cumprir, como o aumento ou a redução da produção de petróleo, o que não ocorre com os membros da Opep+. Entre os aliados que compõem a entidade estão países como Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e Rússia.
Questionado sobre o funcionamento da Petrobras Arábia, Lula redirecionou a pergunta ao presidente da estatal. “Não fui informado que vamos criar uma Petrobras aqui”, afirmou. “A cabeça dele [Prates] é muito fértil, ele pensa em velocidade de Fórmula 1 e eu funciono em velocidade de Volkswagen”.
Lula salientou, no entanto, que a estatal não deixará de prospectar petróleo. “É importante lembrar disso, pois o combustível fóssil ainda vai funcionar durante muito tempo na economia mundial”, disse. “E enquanto ele funcionar, nós vamos conseguir buscar petróleo e melhorar a nossa gasolina”.
No sábado (2), Lula havia dito que, mesmo participando da Opep+, o Brasil não vai “apitar nada” nas decisões do bloco. Ele argumentou que a participação brasileira é importante para convencer países produtores de petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis. Segundo o Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a adesão não imporá ao País cotas de produção.
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Antes desse episódio, o plano de investimentos da Petrobras já havia causado desgaste por não incluir eixos considerados estratégicos pelo governo brasileiro, como biocombustíveis.