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Na temporada de balanço do quarto trimestre, que já está em andamento, as companhias do setor de saúde devem, para os analistas do Itaú BBA, continuar apresentando a tendência vista no resultado do período julho e setembro, de queda das internações. Isso, porém, é algo positivo para algumas delas e negativa para outras, elucidou o Itaú BBA em relatório recente.
Hospitais acabavam por se beneficiarem do maior número de pacientes em UTIs ou enfermarias, com o aumento da receita. Planos de saúde, do outro lado, têm mais gastos, ao bancar a permanência de seus segurados nos leitos.
Para a Dasa (DASA3), que possui tanto um braço de medicina diagnóstica quanto um hospitalar, os analistas Vinicius Figueiredo, Emerson Vieira e Lucca Marquezini veem uma tendência de queda da receita líquida de 3,6% no trimestre, para R$ 2,6 bilhões, com impactos do recuo da Covid-19 nos dois braços da companhia – com menor número de diagnósticos e de internações.
O padrão de queda das internações se repete para quase todas as companhias do ramo dos hospitais. As que têm perspectiva de alta de alguns dos seus números, em grande parte, possuem-nas por conta de movimentos inorgânicos, como aquisições.
A Rede D’Or (RDOR3), por exemplo, que não teve grandes gatilhos durante o último trimestre de 2021, deve apresentar uma queda de 3,6% na base trimestral em sua receita, para R$ 5,19 bilhões. Apesar da alta do ticket médio, com mais cirurgias, o menor número de casos de covid-19 e a sazonalidade pesarão, para os analistas do BBA, sob o balanço.
Para a Kora Saúde (KRSA3), os analistas veem “as tendências em outubro e novembro foram semelhantes às do terceiro trimestre, com taxas de ocupação e tíquete ligeiramente menores”. Esta, porém, deve ver seu resultado impulsionado pelas recentes incorporações de hospitais, com o Grupo OTO e ING, e registrar, no consenso do Itaú, uma alta de 24,7% na base trimestral da receita líquida, para R$ 404 milhões.
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Com a Mater Dei (MATD3), os comentários são parecidos. Deve haver uma queda das internações, mas a receita deve chega a R$ 291 milhões, alta de 21,1% na base trimestral, avançando com a recente incorporação da Porto Dias.
Já a Oncoclínicas (ONCO3), especializada em atendimento a pacientes com câncer, não deve trazer uma recuperação da demanda reprimida por cirurgias e tratamentos, de acordo com suas prévias operacionais – o que a companhia vem aguardando com a menor preocupação com a Covid-19. Apesar disso, para os analistas, as recentes expansões inorgânicas, também devem aumentar as margens da empresa, bem como o reajuste de contratos.
As companhias do setor de diagnóstico, por fim, devem sentir certa pressão da menor demanda por exames de Covid-19. Para a Fleury (FLRY3), os analistas veem uma deterioração de 6% da receita líquida na base trimestral, para R$ 968 milhões, e para a Aliar (AALR3), de 12,6%, ficando em R$ 260 milhões.
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Na Hermes Pardini (PARD3), nem mesmo o fim da incorporação da Paulo Azevedo e da IASC impede, ao ver do BBA, queda da receita, que deve cair 5,3% na base trimestral, para R$ 481 milhões.
Companhias de planos de saúde se beneficiam de baixas nas internações
Se para hospitais e empresas de exame a tendência de baixa dos números da Covid-19 é negativa, para operadoras de planos de saúde ela tende a melhorar os resultados operacionais. Mesmo assim, o trimestre não foi fácil para essas companhias: segundo o BBA, o intervalo entre não deve trazer grandes destaques, em grande parte por conta da deterioração do cenário macroeconômico.
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Para a Hapvida (HAPV3), os analistas do BBA veem o desempenho fraco nas regiões Norte e Nordeste impedindo grandes melhoras, apesar de uma alta de 2,5% no trimestre da receita, projetada em R$ 2,6 bilhões. Para a Qualicorp (QUAL3), a melhora da dinâmica das carteiras deve ser minimizada pela alta da inadimplência e o banco vê uma queda de 2,6% da receita, para R$ 521,2 milhões.
A NotreDame Intermédica (GNDI3), que tem maior presença no Sudeste, não deve ser tão impactada pelo cenário econômico brasileiro, mas, mesmo assim, os analistas do BBA veem o ticket médio sendo pressionado pelas aquisições recentes do grupo e a receita deve crescer apenas 1% no trimestre, para R$ 3,2 bilhões.
Odontoprev e Hypera devem ter melhores balanços
Para o quarto trimestre de 2021, o Itaú BBA fixou a Odontoprev (ODPV3) como uma das companhias com projeção de melhores resultados. O banco vê que a companhia vem apresentando, recentemente, uma boa dinâmica de adições líquidas, “principalmente devido aos esforços comerciais reforçados da empresa voltados para clientes corporativos”.
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Além disso, é esperado que o índice de perda dentária (DLR, na sigla em inglês) permaneça abaixo dos níveis pré-pandemia, com a recuperação estando mais lenta do que o esperado – o que deve manter os custos abaixo do esperado.
A farmacêutica Hypera ([HYPE3]) é outra com boas projeções do BBA, com a visão positiva sendo explicada, majoritariamente, por conta das recentes incorporações da Buscopan e da Takeda.
“Destacamos a continuada persuasão desempenho de crescimento orgânico do sell-out e do sell-in, aproximando-se dos dois dígitos médios devido maturação de novos medicamentos e desempenho sólido de medicamentos relacionados à gripe em dezembro”, comentam Figueiredo, Vieira e Marquezini.
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Para a Blau Farmacêutica (BLAU3), por outro lado, é esperado que o trimestre apresente piora – a companhia produz uma série de produtos hospitalares, que, com o menor número de internações e com maiores estoques, viram suas vendas desacelerar.
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