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A São Martinho (SMTO3) registrou na última segunda-feira (17) um lucro líquido de R$ 627,3 milhões no quarto trimestre da safra 2023/24, quatro vezes superior ao resultado de R$ 151,9 milhões do mesmo período do ano anterior, puxado pela entrada de duas parcelas dos precatórios da ação da Copersucar contra o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). As ações chegaram a subir mais de 2% no início da sessão desta terça-feira (18) após o balanço, mas diminuíram o ímpeto e passaram a rondar a estabilidade.
O JPMorgan avalia que o resultado foi bom e dentro do esperado, explicado por fortes melhorias nos volumes de vendas nas operações de cana-de-açúcar, apesar do ambiente de mercado desafiador para o etanol, que continuou a pressionar os preços no trimestre.
Os analistas também comentam que os resultados razoáveis deste trimestre, combinados com as perspectivas melhorando para os preços do etanol e o bem-sucedido ramp-up (início das operações) da planta de etanol de milho, são positivos para ação da companhia.
Do lado negativo, o JPMorgan cita que apesar das melhorias, as vendas de etanol seguem pressionadas.
Além disso, o banco americano menciona o aumento nos custos relacionado aos maiores volumes de vendas, bem como aos custos relacionados ao processamento da planta de etanol de milho.
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Os resultados do 4T24 da companhia vieram com receita ligeiramente abaixo das estimativas da XP – um aumento de 34% na base anual, impulsionado por maiores volumes de Açúcar e Etanol, seguindo a estratégia da companhia de aumentar as vendas para o período de entressafra.
Com relação ao guidance, a XP destaca que as estimativas da São Martinho sobre o total de Açúcar Total Recuperável (ATR) produzido estável em relação ao ano anterior devem estar acima do consenso, uma vez que as agências do setor esperavam uma redução de cerca de 5% a 10% na cana-de-açúcar moída no Centro-Sul nesta temporada. Ainda, o Capex estimado está 10,5% acima das projeções da corretora.
O Itaú BBA, por sua vez, avalia como neutro os resultados da São Martinho, pois os números vieram dentro do esperado.
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Projeções
O BBA também comenta que a empresa publicou suas projeções para 2025, com estimativas operacionais um pouco conservadoras (moagem 3% menor, mas rendimentos 3% maiores levando a uma produção estável na base anual), mas potencialmente apontando para uma lucratividade ligeiramente maior, dado o aumento no mix de açúcar.
Em relação ao açúcar, as preocupações dos investidores sobre preços mais fracos têm aumentado nas últimas semanas, mas o desempenho das ações da SMTO tem sido bastante resiliente: alta de 15% na base mensal e 9% no acumulado do ano, contra -7% e -10% para o Ibovespa, respectivamente.
Para o endividamento, a São Martinho terminou o ano com R$ 3,3 bilhões em dívida líquida, uma queda de cerca de 6% na base anual, representando um nível saudável de alavancagem de 1,1 vez Dívida Líquida / Ebitda ajustado.
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A empresa também aprovou o pagamento de R$ 150 milhões em juros sobre capital próprio, equivalentes a R$ 0,45 por ação. “O pagamento consistente de dividendos é, de fato, um dos destaques da tese”, avalia BBA.