Santos Brasil dá presente a acionistas com redução de capital bilionária e ação sobe

Os analistas da XP disseram acolher com satisfação a atual baixa posição de alavancagem da Santos Brasil, especialmente dado o perfil cíclico das concessões portuárias

Felipe Moreira

(Divulgação)
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O Conselho de Administração da Santos Brasil (STBP3) aprovou uma redução de capital de R$ 1,6 bilhão, por considerá-lo excessivo, sem cancelamento de ações, mediante restituição em dinheiro aos acionistas. Após o anúncio, nesta sexta-feira (12), os ativos fecharam com ganhos de 4,06%, a R$ 14,88, com ganhos expressivos apesar de fecharem longe das máximas do dia.

A efetivação da redução do capital social depende da aprovação dos acionistas da Companhia. Dessa forma, o Conselho de Administração aprovou a convocação de Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre o tema, nos termos do Edital de Convocação e da Proposta da Administração a serem oportunamente divulgados.

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A XP Investimentos considerou o anúncio positivo, pois implica em um um forte rendimento de dividendos de 13% aos preços atuais das ações. Se aprovada, analistas esperam que essa remuneração venha além da previsão de rendimento de dividendos de 6% para 2024, totalizando uma remuneração aos acionistas de 19%.

O time de análise da XP também lê o anúncio como um sinal de convicção da alta administração sobre os resultados de curto e médio prazo, em meio a uma dinâmica de lucros já positiva.

Os analistas da XP disseram acolher com satisfação a atual baixa posição de alavancagem da Santos Brasil, especialmente dado o perfil cíclico das concessões portuárias (nas quais os participantes assumem risco de demanda com tarifas não regulamentadas). No entanto, enxergam a alavancagem potencialmente maior como administrável, dado o atual cenário positivo de oferta e demanda, permitindo que a Santos Brasil se desalavanque (e gere caixa) enquanto suporta a expansão de seus investimentos.

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A corretora reiterou sua visão positiva e avaliação de compra, uma vez que o recente aumento das ações veio acompanhado de uma forte revisão em alta dos lucros e as ações estão sendo negociadas em 9,4 vezes e 7,7 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) 2024 e 2025 (contra histórico 12 vezes).

O Bradesco BBI também considerou a notícia como positiva em relatório chamado “por que não um presente de Natal em julho?”, pois essa redução de capital resulta em um dividendo especial de R$ 1,9 por ação e dividend yield de 13%.

A equipe de research do BBI espera que o pagamento de dividendos ocorra no 4T24, dado que a Santos Brasil convocará uma assembleia geral extraordinária de acionistas com um aviso prévio mínimo de 30 dias e a empresa pode precisar concluir um processo legal para prosseguir com a redução de capital.

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De acordo com estimativas do BBI, a Santos Brasil pode financiar um dividendo especial com geração de fluxo de caixa e novas dívidas. A alavancagem financeira da empresa pode atingir 1,3 vez dívida líquida/Ebitda para 2024, ante 0,1 vez no 1T24. O banco não espera que esse pagamento extraordinário altere o pagamento recorrente de dividendos de 95%.

Por fim, o BBI mantém classificação neutra e preço-alvo de R$ 15,00, enquanto continua aguardando uma decisão final sobre o projeto da Evolve no Porto de Santos.

O Itaú BBA avalia o anúncio como positivo, pois o valor proposto representa cerca de 13% do valor de mercado da empresa, o que provavelmente aumentará os pagamentos regulares de dividendos da empresa devido ao lucro líquido de 2024, o que estima que pode resultar em um rendimento de dividendos de 5% a 6%.

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“Portanto, considerando os dois cálculos, a Santos Brasil poderia distribuir quase 20% de seu valor de mercado de volta em dinheiro aos acionistas ao longo dos próximos doze meses”, diz BBA.

O BBA mantém recomendação equivalente à compra para Santos Brasil e preço-alvo de R$ 18, pois a companhia continua sendo a ação com o melhor momentum de lucros do setor de Transporte e Bens de Capital, uma tendência que não espera mudar no curto prazo apoiada por volumes melhores do que o esperado e tarifas crescentes. Além disso, o BBA espera que o forte momentum atual coloque a ação no radar de mais fundos long-only internacionais e locais.