Santos Brasil: o que projetar para as ações STBP3 após a disparada da véspera?

Analistas da XP esperam que a ação seja negociada na forma de um veículo de “renda fixa” depois de subir 16% na segunda

Equipe InfoMoney

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As ações da Santos Brasil (STBP3) saltaram 16,44% na última segunda-feira (23), após acordo para a venda da participação de 48% do Opportunity na empresa para o Grupo CMA CGM (líder global em soluções marítimas, terrestres, aéreas e logísticas).

A transação foi realizada por um Enterprise Value (valor da firma, ou valor de mercado de uma empresa somado a sua dívida líquida, descontando o valor de caixa) de R$ 13,2 bilhões, equivalente a R$ 15,30 por ação, representando um prêmio de 20,4% sobre o fechamento de sexta-feira de STBP3. Após o salto de segunda-feira, contudo, o prêmio diminuiu consideravelmente.

Pedro Bruno e Matheus Sant’anna, analistas da XP, ressaltam o que esperar para as ações STBP3 após a disparada da véspera, esperando que a ação seja negociada na forma de um veículo de “renda fixa”, com a diferença entre o preço atual e o preço proposto para a transação implicando: (i) um custo de oportunidade livre de risco de agora até a data de fechamento; e (ii) um prêmio pela probabilidade/risco implícito de o negócio não se concretizar (já que ainda depende de condições precedentes habituais).

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Ao preço de R$ 14,71 por ação, a XP calcula implicitamente: (i) um retorno total atrativo de pelo menos 5,88% até o fechamento (150% do CDI); e (ii) 87% de probabilidade de concretização da transação.

Os analistas veem a transação como positiva para os acionistas da STBP3 em função: (i) do prêmio oferecido; e (ii) da preservação dos direitos de tag along (mecanismo legal que protege minoritários quando há uma mudança no controle acionário) dos acionistas minoritários (com a CMA CGM se comprometendo a lançar uma oferta pública de aquisição das ações remanescentes pelo mesmo preço/condição oferecido ao Opportunity). A conclusão ainda depende das condições precedentes habituais, incluindo a aprovação regulamentar e antitruste.

A XP considera que o retorno fixo estimado é atrativo. Após o aumento de 16% no preço da ação, os analistas calculam um retorno total de 5,88% até a data de fechamento (150% do CDI), e uma probabilidade de 87% de concretização do negócio.

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“Consideramos que este é um risco/retorno atrativo baseado em: (i) estamos assumindo, de forma conservadora, a cobrança integral das obrigações legais de R$ 0,21/ação (caso contrário, o retorno total seria de 7,21%, ou 186% do CDI); e (ii) forte valor fundamental no ativo objeto (o preço alvo de R$ 18/ação implica 42% de upside para 2025), caso o negócio não se concretize (um evento com 13% de probabilidade implícita)”, avalia.

Os pressupostos do cenário base da XP são: (i) data de conclusão da transação proposta em 2024 (com a conclusão da oferta pública de aquisição a ocorrer 30 dias depois, no final de janeiro de 25); (ii) as responsabilidades legais materializam-se e são totalmente pagas pelo vendedor (ex.: uma dedução de R$0,21/ação ao preço da transação proposto); e (iii) os dividendos anunciados e ainda não pagos (incluindo a redução de capital de R$ 1,85/ação) serão recebidos pelos actuais acionistas.

Há dois cenários principais: (i) o cenário base assume, de forma conservadora, que o vendedor assumirá integralmente as responsabilidades legais até o limite de R$ 0,21/ação. Neste cenário, vê 5,88% de retorno total (150% do CDI) e uma probabilidade implícita de 87% de concretização do negócio. (ii) cenário alternativo, sem a cobrança do passivo judicial, mostra um retorno total de 7,21% (186% do CDI) e uma probabilidade implícita de 80% de concretização do negócio.

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