Santander elege Rede D’Or como sua preferida no setor e rebaixa Fleury para neutra

Rede D'or tem posicionamento de mercado premium e dominante, receitas aceleradas e potencial de expansão de margem

Felipe Moreira

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O Santander apontou a Rede D’Or (RDOR3) como a sua principal escolha no setor de saúde, especialmente considerando seu posicionamento de mercado premium e dominante, receitas aceleradas e potencial de expansão de margem.

Os analistas do banco também destacam o forte crescimento dos lucros, o suporte de programas de recompra e dividendos, além do acionista controlador, que tem adquirido ações.

Na avaliação do Santander, a Rede D’Or continuará executando seu plano de negócios e deve adicionar 604 leitos hospitalares operacionais este ano, com o MLR (taxa de sinistralidade) da Sulamerica também continuando a melhorar.

Por outro lado, o banco cita que a avaliação do papel não é exatamente barata, mas vê suporte ao crescimento do lucro por ação (EPS, na sigla em inglês), com taxa anual de crescimento composta (CAGR) de 26% entre 2024 e 2027.

No geral, o Santander pontua que o prêmio e o posicionamento dominante, a tendência de aceleração das receitas e o potencial de expansão de margem garantem o prêmio de avaliação.

Em seguida aparece a Auna, uma provedora de serviços de saúde com operações na América Latina, pois o Santander acredita que as receitas e o crescimento do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) permanecerão nos níveis de dois dígitos.

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Fleury (FLRY3)

Do lado negativo, o Santander rebaixou a Fleury (FLRY3) de compra para neutro e o preço-alvo de R$ 19,50 para R$ 13, devido à avaliação e à possível revisão dos lucros para baixo.

Apesar de ser uma empresa resiliente e líder na consolidação do setor de diagnóstico, a Fleury enfrenta desafios de crescimento no curto prazo, incluindo maior concorrência da ALTA (marca premium da DASA)

Além disso, conforme o Santander, o segmento de “novos elos” está mais maduro e sofrendo maior concorrência, especialmente na área de infusões. No momento, o negócio L2L (apoio laboratorial, lab-to-lab) parece ser o principal motor de crescimento, e o banco enxerga potencial para expansão de margem. No entanto, segmentos de menor margem estão crescendo mais rapidamente, impedindo uma expansão significativa da margem Ebitda ao longo do tempo. Atualmente, a estimativa de EBITDA para 2025, de R$ 645 milhões, está 13% abaixo do consenso.

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Em termos de avaliação, a Fleury está sendo negociada a aproximadamente 10 vezes o Preço/Lucro ajustado, acima da maioria dos pares, e oferecendo um dividend yield estimado de 6,5% para 2025.

Oncoclínicas (ONCO3) e Mater Dei (MATD3)

O banco manteve recomendação de compra para Oncoclínicas (ONCO3) e Mater Dei (MATD3), com preço-alvo de, respectivamente, R$ 5 e R$ 4,50.

Para Oncoclínicas, o Santander espera que a geração de caixa operacional deve melhorar este ano, e os investimentos (capex) podem ser menores em relação ao ano passado. No entanto, uma despesa financeira maior pode impedir uma redução significativa da dívida líquida em 2025.

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Já o Mater Dei, segundo o banco, deve registrar uma recuperação de margem ao longo do ano, especialmente após um 2024 fraco, quando a empresa foi pressionada pelo aumento dos salários da enfermagem.

Para 2025, a gestão tem várias iniciativas para melhorar as margens, incluindo negociações na cadeia de suprimentos, entre outras. O Santander prevê que a margem Ebitda possa atingir 22,7% em 2025. Além disso, o foco maior da Mater Dei em suas regiões estratégicas, após a venda do Porto Dias, pode melhorar a execução operacional.

Dasa (DASA3)

O Santander manteve recomendação neutra para DASA (DASA3) e preço-alvo de R$ 2,20, pois a empresa continua enfrentando incertezas em relação a melhoria do desempenho operacional, margens significativamente menores em comparação aos pares e alta alavancagem em um ambiente de juros elevados.

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No entanto, segundo relatório, a JV hospitalar com a Amil (Rede Ímpar), combinada com a estratégia de desinvestir os ativos hospitalares remanescentes, pode favorecer a melhoria operacional, devido ao maior foco nas operações de diagnóstico e a redução da alavancagem.

Por fim, o Santander disse preferir ter uma visão mais clara antes de avançar com novas projeções.