Santander desaba até 8%, small cap salta 9% após balanço e 3 ações sobem mais de 4% com recomendações

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – A derrocada do Santander chama atenção dos investidores nesta terça-feira (28), em meio à notícia de que a Qatar Holding venderá até 80 milhões de units do banco em oferta com esforços restritos. No pior momento do dia, os papéis afundaram 8,0%, a R$ 28,17.

Mas os destaques não param por aí, com as ações da Vale estendendo os ganhos de ontem, após a mineradora confirmar o nome do seu novo CEO, enquanto as units da Klabin apagam a queda de 4% ontem, após susto com a notícia de que seu presidente iria para a Vale. Contribui para o movimento também uma elevação de recomendação das units pelo JPMorgan. Além dela, mais duas empresas subiam forte hoje com revisões para cima de recomendações: Braskem e Raia Drogasil. 

Entre as empresas que divulgaram balanços, a Sabesp ganhou holofote na abertura do pregão, com alta de mais de 4%, mas amenizaram a valorização. Seguiam em forte alta os papéis da Iochpe-Maxion, que registravam neste momento ganhos de 8,6%. 

Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Santander (SANB11, R$ 28,85, -5,78%)
As units do Santander amenizam um pouco a queda de até 8,00% vista nesta manhã, a R$ 28,17, impactadas pela notícia de que a Qatar Holding venderá 80 milhões de units do banco em oferta com esforços restritos, segundo documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta terça-feira.  

Haverá oferta pública de distribuição secundária de colocação das Units (exceto sob a forma de ADSs); a oferta internacional (sem considerar units da oferta brasileira) poderá ser acrescida de um lote adicional de até 12 milhões na forma de ADSs. Os ADS Santander Brasil serão de US$ 9,77. O preço por Unit será fixado após bookbuilding; preço por unit, sob a forma de ADS, equivalente ao preço por unit convertido para dólares norte-americanos com base na média das taxas de câmbio de venda dessa moeda praticadas no mercado de câmbio no dia útil imediatamente anterior à data de conclusão do bookbuilding. Os coordenadores são: Credit Suisse, BofA Merrill Lynch, Pierce, Fenner & Smith, Santander Securities.

Continua depois da publicidade

Vale (VALE3, R$ 29,64, +0,85%; VALE5, R$ 28,22, +0,93%)
As ações da Vale sobem em continuidade à euforia vista na véspera, quando os papéis da mineradora registraram alta de 2%, mesmo com a derrocada de 4% do minério de ferro no Porto de Qingdao, na China.O motivo? A notícia de que Fabio Schvartsman será o novo presidente da empresa a partir de maio, em substituição a Murilo Ferreira. A informação começou a circular no mercado ontem à tarde, mas o conselho de administração só informou sua decisão após o fechamento do pregão de segunda. 

O BTG Pactual destaca em relatório desta manhã o “track record” do executivo em empresas como Klabin e Ultrapar, sendo “respeitável” sua indicação e minimizando preocupações com interferência política na Vale. Os analistas comentam, contudo, que o papel está negociando a 3 a 4 vezes o Ebitda estimado para 2017 nos últimos meses e, claramente, os investidores estão vendo que os lucros não são sustentáveis nesses níveis aliado ainda à uma perspectiva de ajuste do preço do minério. “Dito isto, vemos pouco potencial de valorização para o papel. Até o final do ano, se as mudanças de governança evoluírem, os fundos de pensão/BNDES poderão vender cerca de 18% de suas fatias, em um momento de preços potencialmente mais baixo (aumentando o risco de “overhang” ou excesso de liquidez)”, comentaram.

Do lado do minério de ferro, as informações são mistas nesta terça-feira: a commodity negociada com 62% de pureza no porto chinês de Qingdao subiu 0,54%, a US$ US$ 82,01 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian caíram 2,69%, a 543 iuanes.  

Continua depois da publicidade

A Vale informou ontem ainda que irá apresentar seu resultado referente ao primeiro trimestre deste ano no dia 27 de abril, uma quinta-feira, às 6h (horário de Brasília). O balanço será apresentado simultaneamente em reais e dólares. No mesmo dia serão realizadas duas conferências telefônicas e webcasts: a primeira, em português, ocorrerá às 10h, enquanto a segunda, em inglês, ocorrerá às 12h. A mineradora também confirmou que o relatório de produção será apresentado uma semana antes, no dia 20 de abril, antes da abertura do mercado.

Klabin (KLBN11, R$ 14,29, +4,08%)
As units da Klabin apagam a queda de 4% ontem, quando os ativos foram penalizados pela especulação em torno da saída de seu CEO para a Vale. A notícia só foi confirmada após o fechamento do pregão da última segunda-feira. No pior momento do último pregão, as units da Klabin desabaram 4,98%, a R$ 13,54.

Contribui para o movimento positivo do dia uma elevação de recomendação das units pelo JPMorgan, que passou de neutra para “overweight” (exposição acima da média). O preço-alvo para os próximos 12 meses é de R$ 17,00, o que representa um potencial de valorização de 24% frente ao fechamento da última segunda-feira.  

Continua depois da publicidade

Petrobras (PETR3, R$ 14,54, +0,62%; PETR4, R$ 14,00, +1,67%)
A Petrobras aprovou, em assembleia extraordinária realizada na segunda, a alienação de 100% das ações que detém na Petroquímica Suape e na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) pelo valor em reais equivalente a US$ 385 milhões, informou a empresa em fato relevante.

A venda, para a Petrotemex e Dak Americas Exterior, subsidiárias da Alpek, já havia sido aprovada pelo Conselho de Administração da estatal em 28 de dezembro. O assunto foi para a assembleia após a Petrobras conseguir reverter na Justiça decisão que a impedida de prosseguir com o negócio.

Iguatemi (IGTA3, R$ 32,25, -0,15%)
O Iguatemi informou que a Fundação Petrobras de Seguridade Social, a Petros, vendeu a totalidade de sua participação acionária na empresa. Em último formulário de referência divulgado pelo Iguatemi, no dia 20 de março, a Petros detinha 10,2% do capital social da empresa.

Continua depois da publicidade

Sabesp (SBSP3, R$ 32,04, +1,39%)

As ações da Sabesp amenizam os ganhos de até 4,56% vistos nesta manhã, a R$ 33,04, em reação à divulgação do resultado do 4° trimestre e ao anuncio de juros sobre capital próprio. 

A companhia registrou lucro líquido de R$ 946,9 milhões no quarto trimestre, mais que o dobro (ou 105,4%) em relação aos R$ 460,9 milhões apurados no mesmo período de 2015. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 1,209 bilhão, alta de 26,3% na comparação com o último trimestre de 2015.

Além do balanço, a companhia anunciou o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 823,5 milhões, correspondentes a R$ 1,2048 por ação ordinária. A distribuição será feita em 27 de junho de 2017, com base nos acionistas de 10 de abril. 

Eletrobras (ELET3, R$ 17,43, -3,11%; ELET6, R$ 21,61, -1,55%)

As ações da Eletrobras dão continuidade à queda da véspera, entre balanço e notícias de renúncia do presidente do conselho de administração e mais dois membros (veja mais aqui). Ontem, as ações da elétrica caíram até 7%. 

No radar, a estatal apresentou – após o fechamento do pregão de segunda – seu resultado do 4° trimestre, que mostrou prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$ 6,26 bilhões, ante resultado líquido negativo de R$ 10,33 bilhões no mesmo período de 2015. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBitda) ficou negativo em R$ 4,78 bilhões, ante R$ 8,47 bilhões negativos no último trimestre de 2015.

CSN (CSNA3, R$ 10,08, -1,08%)

As ações da CSN se destoam do movimento positivo do setor de siderurgia e caem, após a empresa não ter conseguido entregar o seu balanço de 2016 no prazo legal estipulado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A companhia, contudo, antecipou seus números não auditados, mas, para o BTG Pactual, vieram fracos, abaixo do esperado, com o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) praticamente estável, apesar do rali do minério de ferro. Os analistas do banco mantiveram a recomendação de venda para a ação. 

A receita líquida da CSN somou 4,519 bilhões de reais no 4° trimestre, 1% maior em relação ao terceiro trimestre. A CSN ainda reportou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 1,249 bilhão no último trimestre de 2016, ante R$ 1,239 bilhão no terceiro trimestre. A relação dívida líquida sobre Ebitda ficou em 6,3 vezes ao fim do quarto trimestre, ante 7,4 vezes no terceiro trimestre. Conforme o documento, a empresa conduz revisão contábil relacionada à combinação de negócios das atividades de mineração e logística.

Braskem (BRKM5, R$ 30,84, -4,49%)

A Braskem teve a recomendação rebaixada de “outperform” para “market perform” pelo Itaú BBA com preço justo sendo reduzido de R$ 41,00 para R$ 38,00. Os analistas do banco apontam que as ações da Braskem apresentaram valorização de 24% em 2016, devido a: i) spreads saudáveis; ii) boas perspectivas de fluxo de caixa; iii) valuation atrativo e iv) acordo de leniência na Lava Jato. Contudo, neste momento, os analistas veem mais risco de queda para a ação do que de alta, devido principalmente à alta do real. 

Raia Drogasil (RADL3, R$ 60,03, +4,91%)

As ações da Raia Drogasil disparam, após terem recomendação elevada de neutra para compra pelo BTG Pactual, com o preço-alvo sendo mantido em R$ 74,00, em meio à queda de 7% no acumulado do ano e baixa de 20% desde o pico de outubro de 2016. De acordo com os analistas do banco, os contratempos no curto prazo, como menor aumento dos preços de remédios neste ano, não colocam em risco a tese de investimento da companhia. Além disso, a Farmasil pode acrescentar um upside de R$ 1,58 ao preço-alvo para a companhia. 

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 15,98, +8,71%)
A Iochpe-Maxion encerrou o quarto trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 16,85 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 16,63 milhões de um ano antes. No acumulado do ano, por sua vez, a companhia reduziu o lucro em 56%, passando de R$ 49,36 milhões para R$ 21,53 milhões.

A receita operacional líquida da companhia recuou 8,6% para o período entre outubro e novembro, atingindo R$ 1,68 bilhão, enquanto no acumulado de 2016 o resultado ficou praticamente estável, em R$ 6,82 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu de R$ 164,06 milhões para R$ 189,25 milhões em um ano, alta de 15,4%. Para o ano, o Ebitda encerrou em R$ 796,22 milhões, evolução de 6%.

De acordo com o BTG Pactual, o balanço foi melhor do que o esperado, com destaque para a expansão de margem na comparação anual e para a forte receita da companhia, dando sinais de potenciais lucros mais fortes daqui para a frente. 

Hermes Pardini (PARD3, R$ 19,41, -2,95%)
O lucro líquido do Hermes Pardini subiu 43,4%, para R$ 19 milhões, no quarto trimestre. Já o Ebitda caiu 5,8% para R$ 35 milhões, enquanto a margem Ebitda caiu 3,69 pontos percentuais, para 15,6%, no mesmo período. A receita líquida, por sua vez, subiu 16,5%, para R$ 224,3 milhões, entre outubro e dezembro.

Os custos avançaram numa proporção maior, de 22,3%, para R$ 156 milhões. No acumulado do ano passado, o lucro líquido do Hermes Pardini somou R$ 103 milhões, alta de 22,3% quando comparado a 2015. A receita líquida anual avançou 16%, para R$ 899,4 milhões. E os custos subiram 19%, para R$ 605 milhões.

Aliansce (ALSC3, R$ 14,51, +0,55%)

A Aliansce Shopping Centers reverteu um lucro de R$ 16,4 milhões no quarto trimestre de 2015 e registrou prejuízo de R$ 2,5 milhões nos últimos três meses desse ano. Já a receita teve leve alta de 2,2%, de R$ 135,7 milhões para R$ 138,7 milhões. As vendas dos shoppings subiram 6,5%, para R$ 2,8 bilhões no trimestre na base de comparação anual, enquanto as vendas no conceito “mesmas lojas” tiveram baixa de 4,3% e em “mesmas áreas” recuaram 3,7%. 

Segundo o BTG Pactual, os números foram mistos, entre a queda das vendas das mesmas lojas, mas também queda da inadimplência. A recomendação segue neutra para os ativos. 

BR Malls (BRML3, R$ 14,04, +0,29%)

O presidente da BR Malls, Carlos Medeiros, deve deixar a empresa, segundo informações do Valor Econômico. O conselho de administração teria escolhido o atual diretor de operações, Ruy Kameyama, para ocupar a chefia da empresa, diz o jornal. 

BTG Pactual (BBTG11, R$ 18,76, +1,63%)

O BTG Pactual foi iniciado com recomendação overweight pelo Morgan Stanley.

Oi (OIBR4, R$ 4,11, +1,48%)

Segundo o Valor, o novo plano de recuperação da Oi foi considerado tímido e insuficiente pelo governo. Por isso, a possibilidade de intervenção na operadora de telefonia continua sendo bastante forte, segundo autoridades do setor.

PDG Realty (PDGR3, R$ 2,26, +2,73%)
Os acionistas aprovam ratificação de pedido de recuperação judicial da PDG. 

Recompra de ações

A BR Properties (BRPR3, R$ 8,85, +0,80%) aprovou a recompra de até R$ 29 milhões em ações ON, enquanto a Fibria (FIBR3, R$ 27,21, +0,41%) aprovou a recompra de até 548.090 ações. 

Eternit (ETER3, R$ 1,30, -0,76%)
A Eternit foi notificada ontem sobre a sentença proferida pela 49ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, que julgou parcialmente procedente a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho do Rio.

A empresa foi condenada a substituir o amianto na unidade do Rio de Janeiro no prazo de 18 meses e observar o limite máximo de 0,1 fibras/cm3 de amianto em todos os locais de trabalho, estabelecido no Acordo Nacional combinado com o artigo 3º da Lei 9.055/95.

Além disso, a Justiça do Trabalho condenou a empresa a uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões, a ampliar o rol de exames médicos de controle de todos os atuais e ex-empregados da fábrica no Rio de Janeiro e custear as despesas de deslocamento e hospedagem para todos estes ex-funcionários, que comprovadamente residirem a mais de 100 km do local da realização dos serviços médicos.

A companhia informa que tomará todas as medidas legais que estiverem ao seu alcance para reverter esta decisão nos tribunais.