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A recuperação tão esperada para o Santander Brasil (SANB11) finalmente veio?
O banco inaugurou a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23) para o setor, com dados de receita que não animaram muito, mas com uma melhora na qualidade dos ativos que foi destacada por analistas de mercado.
Com isso, as units SANB11 abriram a sessão com ganhos de mais de 3%, mas foram diminuindo a alta ao longo da primeira hora do pregão, até zerar a valorização. Os papéis fecharam a sessão desta quarta-feira (25) em queda de 1,75%, a R$ 26,99.
Após 18 meses de piora na qualidade dos ativos, o banco observou uma queda da inadimplência no comparativo trimestral, o que ajudou a reduzir as despesas com provisões contra calotes.
A taxa de inadimplência de operações de crédito vencidas há mais de 90 dias foi de 3% no trimestre passado, abaixo dos 3,3% do segundo trimestre e estável sobre a divulgação de um ano antes para o período. Os indicadores de inadimplência futura também mostraram queda, com o índice de operações vencidas entre 15 e 90 dias recuando de 4,2% para 4%.
A despesa com provisão para inadimplência somou R$ 5,62 bilhões no período, queda de 6% na comparação com o segundo trimestre.
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Por outro lado, as margens recuaram na comparação com o trimestre anterior, e embora tenham subido no comparativo anual, não compensaram o aumento nas despesas da instituição.
O presidente-executivo do Santander, Hector Grisi, afirmou durante conferência sobre os resultados do banco espanhol que espera que a margem financeira da unidade brasileira melhore no atual trimestre ante o terceiro.
O Santander Brasil seguiu mantendo estratégia dos últimos trimestres de “ser mais seletivo” na concessão de crédito, focando em produtos com garantias e clientes menos arriscados.
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Segundo o banco, foi essa seletividade que fez a margem financeira cair, tendo um recuo de 1,2% no trimestre. “No entanto, obtivemos crescimento de volumes e boa performance na margem de passivos, o que nos indica uma perspectiva positiva para os próximos trimestres”, afirmou o vice-presidente financeiro do Santander Brasil, Gustavo Alejo, no balanço.
Para a XP, o Santander apresentou resultados positivos e acima do esperado, entregando uma recuperação saudável em sua rentabilidade.
O banco reportou um lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, com uma contribuição significativa da menor PDD neste trimestre. “Vale destacar que o NPL (inadimplência) acima de 90 dias caiu 30 pontos-base na comparação trimestral”, destacou.
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Por outro lado, apontam os analistas da casa, a margem com clientes foi de R$ 14,240 bilhões, com queda de 1,3% na comparação trimestral e avanço de 0,7% em 12 meses.
A XP viu o balanço positivo, também pela tendência geral de recuperação em vários segmentos, acompanhado de uma melhoria no ROE [retorno sobre o patrimônio líquido].
O banco divulgou rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE) de 13,1% ante expectativas do mercado de 13,2%.
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Na mesma linha, José Eduardo Daronco, analista da Suno Research, reforça que o banco divulgou resultados levemente acima das expectativas do mercado.
Já era esperada uma retração na lucratividade na comparação com o ano passado, diante do contexto mais desafiador vivido.
“Neste trimestre, começamos a ver a inadimplência arrefecer, ficando em 3% (acima de 90 dias), o que é positivo. Acreditamos que o pico de inadimplência ficou para trás, de modo que ela deverá retornar aos patamares históricos nos próximos trimestres, ainda que de maneira gradual”, avalia.
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Já a carteira de crédito do banco cresceu de maneira tímida, principalmente pelo menor apetite a risco do banco. “Em nossa visão, à medida que o banco consiga estabilizar os índice de inadimplência, trazendo-os para a média histórica, ele deve voltar a crescer a carteira de crédito”, finaliza.
Também para o Bradesco BBI, o Santander Brasil apresentou tendências melhores para o 3T23, com destaque para melhoras do índice de inadimplência, que também apontou para melhoria sequencial no 4T23.
“O banco apresentou números sólidos em todos os níveis, enquanto já se esperava que a receita líquida com juros (NII, na sigla em inglês) permanecesse fraco. Esperamos uma reação positiva do mercado (para o setor bancário brasileiro), especialmente porque melhorias nos índices de inadimplência individuais podem indicar uma potencial reaceleração dos empréstimos”, avaliou antes da abertura do mercado.
Já a Genial destacou que, apesar da melhoria, a rentabilidade (ROE) de apenas 13,1% continua em patamares fracos frente ao histórico do banco e de alguns concorrentes. “No entanto, o resultado mostra sinais de melhora mais expressiva na qualidade dos ativos (crédito), originação de crédito, crescimento de clientela e tarifas, consolidando uma trajetória de melhora gradual de rentabilidade na nossa avaliação. O CEO Mario Leão sinalizou que o banco caminha para uma recuperação de rentabilidade com busca de um ROE de 15-20% e que o pior (do ciclo) já teria ficado para trás”, apontou.
Enquanto a visão dos analistas foi positiva para o balanço do 3º tri, a maior parte deles segue cautelosa com o papel. O BBI tem recomendação underperform (desempenho abaixo da média, equivalente à venda), mesma recomendação do Goldman Sachs. Já a XP tem recomendação neutra para os ativos.
Já a Nord Research aponta que, com retração no lucro líquido e rentabilidade menor em relação aos pares em destaque no setor, representando um cenário ainda desafiador para a companhia, apesar de alguns avanços no que se refere à inadimplência, segue preferindo outros players no segmento, como o banco Itaú (ITUB4).
(com Reuters)