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SÃO PAULO – O marqueteiro João Santana afirmou nesta quarta-feira (17), por meio de nota, que decidiu, juntamente com sua mulher, Mônica Moura, cancelar uma passagem de retorno ao País após terem sido alertados pela ex-presidente Dilma Rousseff sobre a expedição de uma ordem de prisão contra o casal.
A nota do marqueteiro, divulgada hoje à imprensa, é uma resposta à entrevista do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT) ao jornal O Globo, na qual aponta contradição entre os depoimentos prestados na delação premiada do marqueteiro do PT e de sua mulher no âmbito da Operação Lava Jato.
Na nota, Santana, que foi o responsável pelas campanhas presidenciais de Dilma em 2010 e 2014, faz dois questionamentos sobre o cancelamento da viagem de volta ao Brasil: 1) “Se não estivéssemos sendo informados da iminência da prisão, por que chamaríamos, na sexta, 19 de fevereiro, o nosso então advogado, Fabio Tofic, para que viesse às pressas a S. Domingos?; 2) “Por que cancelaríamos nosso retorno ao Brasil, dias antes, com a viagem comprada e com reserva já confirmada”.
Em entrevista, Cardozo disse que a diferença de versões apresentadas por Santana e Mônica desacredita os relatos. “É uma versão grotesca. Que coisa ridícula”, disse ao Globo sobre a declaração de Mônica sobre o fato de a ex-presidente ter avisá-los com antecedência sobre o risco de prisão.
O marqueteiro afirmou também, por meio de nota, que o ex-titular da Justiça agiu “de forma cínica” ao não declarar que não houve pagamentos não contabilizados nas campanhas de 2010 e 2014. “Pra cima de mim, José Eduardo?”, diz Santana.