Saída de CEO da dona do Burger King gera novo risco para a empresa, diz Bradesco BBI

Ariel Grunkraut deixa a Zamp (ZAMP3) no dia 28

Ana Paula Ribeiro

Burger King/Zamp (Foto: Reuters)
Burger King/Zamp (Foto: Reuters)

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A Zamp (ZAMP3), dona da operação do Burger King no Brasil, tem um duplo desafio pela frente, que é fazer a incorporação das lojas da Starbucks no país ao mesmo tempo que lida com a saída de Ariel Grunkraut, um dos sócios fundadores e atual CEO. Executar todas essas mudanças colocou um peso sobre as ações da companhia, que caem mais de 4%.

Grunkraut, um dos sete fundadores da Zamp, fica no cargo até o dia 28 de junho. A saída foi anunciada na sexta-feira à noite. Nesta segunda-feira, as ações operavam em queda de 4,22% por volta das 14h45 (horário de Brasília), cotadas a R$ 3,40. No ano, a desvalorização chega a 39,50%.

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O executivo, antes de assumir o cargo de CEO, já havia liderado as áreas de vendas, marketing e tecnologia. Sem o nome de um substituto, a avaliação dos analistas do Bradesco BBI é que a Zamp aumenta os seus riscos de execução de seus projetos.

“Acreditamos que a notícia aumenta a incerteza sobre a Zamp, que está dispensando um executivo experiente em um período conturbado para a empresa. A Zamp passou por uma sucessão de mudanças desde que a Mubadala adquiriu o controle acionário, e a mudança de CEO em meio a esse processo, considerando também que a empresa está no meio da compra da Starbucks, pode aumentar os riscos de execução”, avaliaram.

A Mubadala assumiu o controle da Zamp em fevereiro, após atingir uma participação de quase 60% de forma gradual – em outubro de 2023, detinha 21% das ações da empresa do setor de alimentos. Com o controle, o fundo também aprovou a saída da empresa do Novo Mercado – o que explica parte da queda das ações no ano.

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O passo seguinte foi a aquisição, em junho, das operações da Starbucks no Brasil, por R$ 120 milhões.

Em razão da aquisição, o Goldman Sachs reforçou que a Zamp estava reduzindo os investimentos para a expansão da rede própria do Burger King e, ao ter a rede de cafetarias, iria enfrentar novos tipos de desafios, mais precisamente o custo dos impostos de importação sobre o café e a concorrência com as padarias.

O Goldman tem recomendação de venda para as ações da Zamp, com preço-alvo em R$ 4,10 no período de 12 meses.

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“Os principais riscos ascendentes para a nossa visão de investimento incluem: i) outras alterações na estrutura da holding; ii) precificação e execução comercial; iii) aceleração do crescimento e da aplicação do capital; e iv) condições macroeconômicas melhores que as esperadas no Brasil” avaliaram.

Ainda sem uma estratégia clara para a incorporação da Starbucks, a Zamp anunciou, na semana passada, a ampliação do portfólio de produtos no Brasil. Para o Bradesco BBI, a notícia foi positiva, “pois é necessário o lançamento consistente de novos produtos para trazer frescor ao portfólio de produtos da marca e atrair o interesse dos clientes”.

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