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SÃO PAULO – A percepção de curto e longo prazo pode ser muito importante para o sucesso de um investimento. Sabe-se que, optando por ganhos imediatos, o investidor estará correndo maior risco, pois a volatilidade do mercado tende a ser maior. Porém, analistas afirmam que é possível ganhar tanto no longo como no curto prazo, com uma boa análise setorial.
Saber ler o mercado é a grande chave da questão. As variáveis macroeconômicas e políticas estão aí para serem absorvidas. Saber interpretar como fatores como alta da inflação ou crise política podem influenciar cada setor ou empresa específicos é fundamental.
Assim, Gustavo Farias, analista da Sol Investimentos, diz que os conservadores, se adiantando ao momento ruim da bolsa, devem focar em setores domésticos cíclicos, já que o cenário internacional ainda está muito nebuloso.
Setores que consigam garantir demanda para seus produtos mesmo em meio a um cenário de incertezas lá fora conseguem se destacar nesse momento de pressão. Por isso, para quem tem mais paciência e busca retorno lá na frente, investir nos setores de energia elétrica e telefonia é uma boa aposta. Além disso, o setor bancário também está menos pressionado, pois os riscos de mais medidas macroprudenciais são menores. “Buscar bons pagadores de dividendos sempre é uma boa estratégia”, acrescenta o analista.
Porém, há quem não goste de esperar. Para esses, também é possível barganhar na bolsa. Atualmente, para quem busca ganhos imediatos e está disposta a correr um risco maior, o analista da Sol Investimentos recomenda exposição aos setores de consumo e small caps mais alavancadas.
Influência do Governo e exportadoras não!
Farias também recomenda que os investidores fiquem longe, pelo menos por enquanto, de ações com grande influência do Governo. Empresas fortemente regulamentadas pelo Governo não estão em um momento propício para investimentos, segundo o analista.
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As exportadoras também estão pressionadas. A combinação entre valorização do real e incertezas externas jogam contra os negócios dessas empresas e a resposta imediata é queda nas cotações de seus papéis. Diante disso, o analista afirma que a Vale (VALE3, VALE5) não é uma boa opção no momento. Apesar de estar relativamente barata (a ação ordinária acumula queda de 9,44% no ano, enquanto a preferencial se desvalorizou 6,38% em 2011), o investidor estrangeiro vai continuar cauteloso com a companhia.
Aquelas que também estão enfrentando algum processo judicial devem ficar de fora das carteiras. Esse é o caso da BR Foods, que aguarda decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre fusão entre Sadia e Perdigão.
Fuja da “tendência de baixa”
Leandro Ruschel, diretor da Leandro Stormer, explica que um pouco de análise técnica pode ajudar a decidir em um momento de dúvida. Para ele, é melhor evitar papéis que estão pressionados, que até ensaiam uma tímida recuperação, mas logo em seguida voltam a cair. Essa situação é uma tendência de queda e papéis assim devem seguir pressionados.
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“Grande parte das ações que compõem o Ibovespa está nessa tendência, com destaque para siderurgia, Petrobras (PETR3, PETR4) e Vale”, explica.