Saiba como produzir a laranja desejada pelo mercado

Manejo nutricional correto do solo e da planta, bem como cuidados pós-colheita são requisitos essenciais para a qualidade do fruto

Datagro

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SÃO PAULO – A laranja de qualidade desejada pelo mercado de mesa doméstico, bem como pela indústria exportadora de suco tem como premissa básica um manejo nutricional correto, que começa com uma planta bem preparada fisiologicamente, com sanidade. É o que explica o engenheiro agrônomo, especializado em hortifrúti, Marcos Revoredo, da Alltech.

Segundo o especialista, o manejo nutricional eficiente tem como base, antes de tudo, com a escolha de uma área, para a instalação do pomar, que apresente boa fertilidade e drenagem, e seja isenta de problemas fitossanitários. Além disso, destaca Revoredo, o plantio de espécies arbóreas ao redor do pomar também é indicado, já que ao funcionarem na prática como um quebra-ventos reduzem a incidência de pragas e doenças.

De acordo com o engenheiro agrônomo, o manejo correto envolve, ainda, a fertilização e a irrigação com volumes apropriados e nos períodos certos, assim como a poda adequada e a aplicação de soluções fitossanitárias de forma preventiva ou corretiva. Neste aspecto, com o objetivo de atuar positivamente sobre o desenvolvimento e padronização dos frutos, o especialista recomenda também o uso de insumos que auxiliam na fitossanidade, por meio da indução natural de resistência e no complemento nutricional por meio de boro, cobre e zinco.

Revoredo ressalta que todo este conjunto de práticas se faz necessário porque contribui de modo direto para obtenção do fruto que terá melhor resultado na comercialização. Isso porque, segundo o especialista, entre as principais exigências do mercado estão o rendimento industrial, como o melhor acúmulo de sólidos solúveis para o setor de sucos concentrados, assim como a coloração, o brilho e a textura das cascas para as laranjas de mesa.  

O presidente da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), Emílio Fávero, pontua que as redes de comércio varejista têm se preocupado cada vez mais com a gestão de perdas e quebras dos seus lotes. “Isso exige do produtor ou do fornecedor uma qualidade maior nas frutas e um manejo no pós-colheita. Pois é esse trabalho que garante um tempo de prateleira maior e melhor para o produto”, explica.

No tocante à etapa do pós-colheita, Revoredo orienta, ainda, que seja feita uma boa higienização e aplicação de produtos que mantenham o aspecto de qualidade, seja na casca ou internamente ao fruto, como o sabor e acidez.