Publicidade
Em um evento realizado pela XP esta semana, voltado à infraestrutura, duas empresas sobressaíram nas discussões com 75 gestoras de ativos locais: CCR (CCRO3) e Rumo (RAIL3).
Segundo Matheus Sant’Anna, analista da XP, que participou do programa Morning Call da XP nesta sexta (17), a Rumo está num cenário bem positivo de oferta e demanda por causa das commodities agrícolas. Esse ano é esperada safra recorde de grãos.
“Tem-se uma safra de grãos que cresce ano após ano com capacidade menor de transporte. Isso acaba criando um cenário bem positivo para as transportadoras logísticas”, afirmou.
Negociação com tradings
Segundo o analista, a Rumo tem conversado com as tradings (intermediárias de compra, venda e transporte de commodities) para negociar e diminuir o risco operacional durante o ano, dado que a safra vai ser muito concentrada em poucos meses, principalmente a relacionada à soja.
“O cenário é positivo não só para esse ano, mas estrutural para os próximos por conta da oferta e demanda de grãos”, ressaltou. Ainda assim, a XP alerta que a empresa segue em negociação com as trandings, o que gera incerteza à frente.
Já a CCR, destaca-se a otimização do portfólio ganhando força em termos de foco gerencial. “A CCR tem um discurso bastante maduro na parte de investimentos e de portfólio, principalmente na parte de aeroportos, que é um tema que pode gerar valor”, disse.
Continua depois da publicidade
Ativo atrativo
Segundo ele, o segmento de aeroportos é um ativo escasso na América Latina, não há previsão de novos leilões e não existe um player consolidado no setor. “Então, o ativo tem bastante valor”, ressaltou.
Segundo a XP, a estratégia da CCR de limitar a exposição ao segmento aeroportuário, fazendo desinvestimentos, parece estar ganhando força dentro da organização.
“Eles têm sido seletivos à frente, mas com visão de crescimento. Vão procurar ativos que fazem sentido no portfólio com nível de retorno positivo”, comentou.
Continua depois da publicidade
O fim da concessão das Barcas (Rio-Niterói) pode trazer uma melhora da liquidez de curto prazo à empresa, já ela gerava queima de caixa anual de R$ 150 milhões. Além disso, prevê-se um reequilíbrio no fim desse contrato que poderia trazer aumento de liquidez a CCR no valor de R$ 700 milhões, disse o analista.