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O Safra revisou as suas visões para as ações do e-commerce nos próximos doze meses, após incorporar os resultados recentes das empresas e novas premissas. O banco ressalta que, principalmente no caso do Magazine Luiza (MGLU3), o foco da empresa no caixa geração começou a dar frutos. Com isso, o banco elevou a recomendação para as ações MGLU3 de neutro para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com o preço-alvo de R$ 18,50, ou potencial de alta (upside) de 37% em relação ao fechamento da véspera.
“Adotamos uma visão mais construtiva para o case após um 1T24 forte, com melhores margens e geração robusta de caixa. Estamos assumindo que esse equilíbrio mais saudável entre margens operacionais e a geração de caixa resultará em melhores lucros e retornos, o que leva à elevação de recomendação”, aponta o banco.
Por outro lado, o Grupo Casas Bahia (BHIA3) teve a recomendação reduzida de outperform para neutro com preço-alvo de R$ 7, ou upside de 22%, após incorporar o resultado recente da empresa, novas premissas macroeconômicas e novas premissas de custo de capital.
“Reconhecemos os esforços da nova gestão e os resultados iniciais do plano de recuperação com: (i) fechamento de 57 lojas não lucrativas; (ii) migração de 23 categorias de 1P [estoque próprio] para 3P [marketplace]; (iii) reperfilamento da dívida, que reduzirá o desembolso de caixa em R$ 3,1 bilhões até 2026 e (iv) melhoria de capital devido a uma redução de estoque de cerca de 30 dias”, avaliam os analistas.
Contudo, mesmo supondo que a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) irá de 4,3% em 2023 para 9,8% em 2026, a alavancagem ainda elevada da empresa seguirá prejudicando os resultados financeiros (o Safra estima lucro líquido apenas até 2029) e vê um nível mais baixo de retornos em comparação com pares. O retorno sobre o capital investido (ROIC) esperado para 2024 em BHIA3 é de -4%, em comparação com 4% e 49% de Magalu e Mercado Livre (MELI34), respectivamente. Por isso, o banco rebaixou a recomendação de BHIA3.
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Os analistas, de qualquer forma, ressaltam que Magalu e Casas Bahia têm aumentado significativamente sua participação nas vendas do comércio eletrônico nos últimos anos (de 23% em 2018 para mais de 60% em 2023 para Magalu e de cerca de 15% para 40% para Casas Bahia), o que negativamente impactou suas margens operacionais e fluxo de caixa. No entanto, esta tendência negativa foi revertida e houve melhora no fluxo de caixa de ambos: Magalu registrou fluxo de caixa operacional nos últimos 12 meses após capex de R$ 1,2 bilhão no 1T24, enquanto Casas Bahia também registrou impressão positiva de R$ 500 milhões nos últimos doze meses. A expectativa do banco é que o foco das empresas nas margens e na lucratividade sustente esses resultados saudáveis e níveis de geração de caixa.
O Safra reiterou ainda a preferência pelo Mercado Livre, cuja ação é negociada na Nasdaq, com recomendação outperform e preço-alvo de US$ 2.130 por ação, ou upside de 24%.
“O Mercado Livre continua sendo nossa principal escolha devido ao seu excelente desempenho. A empresa ainda é a melhor player de comércio eletrônico da categoria na América Latina, combinando números de crescimento excepcionais (GMV, ou volume bruto de mercadorias, entre 2020 e 2023 com crescimento de 29%) com melhor rentabilidade (+480 pontos-base de crescimento da margem Ebit ano a ano em 2023) e um saudável índice de alavancagem (dívida líquida/Ebitda de 1,1 vez)”, avalia o banco. Por isso, mantém como a principal opção no setor, pois continua vendo a empresa bem posicionada para consolidar ainda mais o mercado.