Sabesp (SBSP3) pode rever para cima meta de demissões voluntárias; ações sobem 7% após balanço

Avanço do processo de privatização depende agora de análise de consultoria internacional

Augusto Diniz

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Empossada neste ano, a nova gestão da Sabesp (SBSP3) apresentou os resultados seus resultados nesta sexta-feira (12) e trouxe mais detalhes sobre o novo programa de demissão voluntária (PDV), abordado pela companhia como programa de desligamento voluntário (PDI). Inicialmente, a proposta é atingir 2 mil funcionários.

Conforme André Salcedo, CEO da Sabesp, a estimativa do payback (retorno) com os desligamentos é que flutue entre 12 a 15 meses. “As condições a gente vai divulgar para o público interno e para o sindicato hoje (12) e vai ficar disponível em nossas plataformas”, afirmou.

“A questão salarial (dos envolvidos) e a estimativa (de ganho com as demissões) a gente não vai divulgar. O primeiro número é de 2 mil funcionários. A gente percebeu oportunidade grande de centralização de oportunidades e mudanças de processo, que se desdobra numa redução do quadro fixo da companhia refletido no número de funcionários”, comentou.

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“Esses 2 mil funcionários são o nosso primeiro assessment (avaliação), da primeira onda de busca de uma revisão dos papéis dentro da companhia e da realocação de funções. Não é um número fixo. A gente vai buscar outras alavancas de valor que podem resultar numa revisão desse número para cima no futuro”, complementou.

O PDI deve ser implementado nos próximos 12 meses, segundo o executivo.

Ações da Sabesp (SBSP3)

Na sessão desta sexta-feira, após a divulgação dos resultados, as ações da empresa registraram forte valorização, indo aos R$ 52,46, mas reduziram os ganhos, encerrando a sessão com alta de 7,18%, cotadas a R$ 51,94.

A Sabesp (SBSP3) teve lucro 23% menor no 1º trimestre, por conta da piora no resultado financeiro, entretanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 2,035 bilhões, uma variação positiva de 18,2%.

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Para o Morgan Stanley, o atual patamar de preço das ações da Sabesp ignoram potenciais de valorização, com privatização e recuperação.

Após o balanço do 1T23, os principais pilares que sustentam a visão positiva do Morgan Stanley com relação à Sabesp (SBSP3) são o alto comprometimento do governador de São Paulo em conduzir a privatização até 2024.

Além disso, destacaram os novos planos da gestão para implementar iniciativas para melhorar a eficiência, como redução no quadro de funcionários.

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Ademais, citaram as revisões tarifárias periódicas e extraordinárias, que foram positivas para a empresa. Inclusive, citou, a próxima ocorrerá em 2025, “criando um período razoável de visibilidade regulatória; e risco-recompensa atrativo”.

Enquanto isso, a XP pontua que a Sabesp (SBSP3) divulgou resultados acima das expectativas e do consenso do mercado, com destaque para o PDI.

“O reajuste tarifário e o aumento do volume total faturado compensaram o aumento de +15% A/A nos custos gerenciáveis (PMSO)”, acrescentou a XP.

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No mais, a XP manteve recomendação neutra para a Sabesp, com um preço-alvo de R$52 por ação.

Processo de privatização

Sobre os estudos de privatização da Sabesp, Salcedo disse que a companhia tem participado a convite do Governo do Estado de São Paulo de reuniões presenciais com o International Finance Corporation (IFC), contratado para assessorar os estudos de desestatização, para passar informação dos contratos da empresa e “opinar sobre diversas alavancas de valor que o processo de privatização pode trazer para a companhia”.

Segundo ele, o Governo do Estado tem mantido conversas com prefeituras onde a Sabesp atua no sentido de entender a visão delas sobre a privatização.

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No contexto da privatização, o CEO da Sabesp disse ser possível gerar valor de diversas formas além de encontrar uma forma de dividir isso com a sociedade e as prefeituras, que pode ser redução de tarifas a antecipação de investimentos.

“Essas conversas conceituais já se iniciaram. Nós não estamos participando ainda dessas conversas. A gente entende que os conceitos que estão sendo apresentados são corretos. Temos contribuído com o Governo do Estado. É uma agenda política e em algum momento, finalizada a análise técnica do IFC, esses conceitos passam a ter números associados e cenários formalmente pactuados”, disse.

Capex mantido

Os executivos destacaram ainda o capex anunciado no final do ano passado foi mantido. “O que tem sido feito revisa a priorização do capex. Nós estamos focando em realizar investimentos que gerem valor para a companhia”, disse Salcedo.

“Os demais investimentos, que são desejáveis, mas podem aguardar um pouco mais, no sentido da universalização, eles estão sendo replanejados. O foco nosso é garantir que a gente está atendendo aos contratos com as prefeituras. O relacionamento com poder concedente é um relacionamento que a gente vai investir muito, e se possível antecipar as metas contratuais”, destacou.

O executivo disse que a companhia quer respeitar os contratos de concessão e a legislação do meio ambiente e de segurança do trabalho.

Tietê

Um dos grandes projetos da Sabesp sob nova gestão é o Integra Tietê, que está em trabalho de estudo. A visão é trazer toda a experiência e aprendizado do projeto do Novo Rio Pinheiros, focado na despoluição, para o Rio Tietê.

“É um desafio cinco vezes maior. Estamos confiantes de fazer isso nessa gestão, em especial a primeira fase, que vai do entroncamento do Rio Tietê com o Rio Pinheiros até nascente do rio no Alto Tietê”, disse.

A segunda fase inclui as regiões do Médio e o Baixo Tietê. Na primeira fase, o projeto está inicialmente orçado em R$ 4 bilhões.

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