Sabesp: Morgan eleva preço-alvo de R$ 68 para R$ 128 e elege como preferida do setor

Empresa está posicionada para focar na execução de eficiências de custos e em seu ambicioso plano de investimentos para impulsionar uma reavaliação adicional das ações

Felipe Moreira

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Com a conclusão do processo de privatização e o apoio de um acionista de referência de alta qualidade (Equatorial EQTL3), o Morgan Stanley elevou o preço-alvo de Sabesp (SBSP3) de R$ 68 para R$ 128, uma elevação de 88% e potencial de valorização de 30% frente o fechamento da véspera. O banco reiterou recomendação equivalente à compra (overweight, exposição acima da média do mercado) e a colocou como “top pick” (preferida) do setor de saneamento.

Segundo o relatório, a companhia de saneamento de São Paulo está posicionada para focar na execução de eficiências de custos e em seu ambicioso plano de investimentos para impulsionar uma reavaliação adicional das ações.

Nesse contexto, o Morgan Stanley também decidiu eleger a Sabesp como sua principal escolha no setor de saneamento, devido ao perfil atrativo de risco-retorno e ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa).

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Os analistas disseram estar confiantes no novo capítulo da Sabesp após a privatização, incluindo a reestruturação, crescimento e melhorias regulatórias como principais catalisadores de valor.

A privatização ocorreu em julho de 2024 e o banco acredita que a companhia executará adequadamente os principais impulsionadores de valor para uma reavaliação gradual das ações, incluindo R$ 2,6 bilhões em eficiências operacionais e um plano de capex de R$ 70 bilhões até 2029, especialmente dada a escala da empresa (maior companhia de saneamento do Brasil), a expertise combinada com a Equatorial, e o fato de que a Sabesp, como uma empresa privada, tem mais flexibilidade e agilidade para contratar novos investimentos.

Na visão de analistas, a Sabesp combina uma tese de investimento relativamente simples com uma duration (média de tempo até que fluxos de caixa fixos sejam recebidos) longo de cerca de 13 anos após a extensão dos contratos até 2060, perspectiva de alto crescimento devido ao plano de capex elevado e economias operacionais (taxa de crescimento anual composta de Ebitda de 17% entre 2024-29) e perfis de risco-retorno e ESG positivos, entre os mais atrativos sob sua cobertura.

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Em termos de avaliação, mesmo após o sólido desempenho das ações ao longo dos últimos doze meses (alta de 76%, superando o Ibovespa e os pares do setor em 70%), a empresa oferece um potencial de alta em relação ao novo preço-alvo de R$1 28 para meados de 2025 e uma taxa interna de retorno (TIR) real de capital de 12%, significativamente acima do potencial de alta dos pares (13%) e da TIR real média de capital (10%).

O banco cita que, embora a Sabesp deva conduzir adequadamente seu plano de execução, o capex elevado e sem precedentes a ser implementado até 2029 é um risco importante, pois pode trazer riscos de redução de tarifas e dividendos através do “Fator U” se as metas anuais não forem atingidas.