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Os analistas do Bradesco BBI elevaram o preço-alvo e apontaram que a ação da Sabesp (SBSP3) pode valer até R$ 180 com a privatização, ainda que diversos pontos no processo ainda precisem de definição (ou seja, novas regras tarifárias, pagamentos ou não de taxas de concessão, entre outros).
“À medida que o Estado de São Paulo continua progredindo para privatizar a Sabesp até meados de 2024, nos aprofundamos para analisar quanto a companhia privada poderia valer”, aponta o banco.
Para o BBI, a Sabesp privatizada pode gerar um múltiplo EV/RAB (EV = enterprise value, ou valor de mercado + dívida líquida”; RAB = base de ativos regulatórios) de pelo menos 1,25 vez, ou R$ 126 por ação (upside de 64% frente o fechamento de sexta, de R$ 77,04), com risco de alta para 1,70 vez, ou R$ 180 por ação (upside de 134%).
Os principais motivadores vistos pelos analistas do banco para uma reavaliação para 1,25 vez o EV/RAB incluem: (1) projeções de quanto opex (despesas de manutenção) a Sabesp pode cortar e por quanto tempo os reguladores permitirão manter os benefícios do fluxo de caixa; (2) a provável redução da taxa de desconto aplicada pelo mercado; e (3) fechamento da lacuna de receita de aproximadamente 4% entre a receita arrecadada da Sabesp e a receita exigida definida pelo regulador.
“Mas isso não é de forma alguma um teto para a avaliação para a Sabesp privada. Na verdade acreditamos que parece mais um piso. Em um cenário otimista que poderia se desdobrar gradualmente após a privatização, o EV/RAB justo da Sabesp poderia até atingir 1,60-1,70 vez (R$ 168-178/ação)”, reforça o banco.
Este é um potencial de alta que dependeria principalmente dos cortes de despesas/níveis de desempenho e da maior compressão da taxa de desconto/TIR da companhia ao longo do tempo.
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Ao olhar para os próximos passos rumo à privatização, o BBI lembra que, dentro de uma a duas semanas, os reguladores darão início a uma audiência pública sobre os novos contratos de concessão que a Sabesp assinará com mais de 300 municípios até o final de março.
Entre outros pontos, visando diminuir o risco de potencial interferência política nas tarifas, estes contratos incluirão algumas das regras tarifárias a serem aplicadas após a privatização.
Os analistas elevaram o preço-alvo ponderado por probabilidade de R$ 92 para R$ 111,00 para final de 2024 (upside de 44%), mantendo os pesos 20/80 para os cenários de estatal/privatização. A recomendação é outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).
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O aumento do preço-alvo é impulsionado principalmente pelo novo valor justo mais alto para a companhia privatizada de R$ 126/ação (peso de 80% em seu preço-alvo ponderado).
Os principais riscos residem em um adiamento da sua privatização para depois das eleições municipais no final de 2024 e se um novo prefeito de SP que se opõe à privatização for eleito, o que poderia dificultar o processo e/ou diminuir o valor da empresa privada. Além disso, a nova regulamentação tarifária poderia eventualmente decepcionar. A Sabesp também poderia perder a ação movida pela prefeitura de SP contra o repasse aos consumidores finais de uma outorga de 4,0% desde 2018.