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A Sabesp (SBSP3) informou que a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) deu início ao processo de consulta pública em resposta ao pedido de esclarecimentos e revisões elaborado pela companhia no processo de revisão tarifária extraordinária.
Análise feita pela Arsesp, após pedido de reconsideração da Sabesp, dentro do processo de reajuste iniciado no começo de 2022, mostrou que a empresa faz jus à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro no percentual de 6,37%, a ser aplicado em fevereiro de 2023, com efeitos em março do ano que vem.
Na visão da Sabesp, o reajuste de tarifa adotado de cerca de 12,8% em 2022 foi insuficiente e, entre outros pontos, afeta a capacidade de manutenção do nível de investimentos.
A etapa de consulta pública, segundo a empresa, acontece entre hoje e o próximo dia 6 de janeiro. No dia 5 de janeiro, a Arsesp fará uma audiência pública para discutir os termos da nota técnica em que propõe o reajuste.
Após a notícia, as ações da Sabesp chegaram a subir 5%, sendo destaque do Ibovespa na sessão, mas fecharam com ganhos mais modestos, de 2,41%, a R$ 56,84. As visões foram divergentes sobre o anúncio da Arsesp, mas predominou a sinalização positiva do reajuste pela Arsesp, sendo que havia ceticismo sobre o tema.
Segundo o Itaú BBA, a elevação da tarifa em cerca de 6,37% representará um adição de R$ 1,3 bilhão em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) anual para a companhia, disseram analistas do Itaú BBA.
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“Embora nosso cenário-base já assumisse um aumento tarifário real significativo em 2023, vemos esse evento como muito positivo para a Sabesp, pois muitos investidores estavam céticos sobre o aval pelo regulador de altas elevações tarifárias”, escreveram os analistas do banco.
Para o Credit Suisse, a notícia é positiva caso o reajuste for aprovado, comprovando melhor regulamentação, compensando parte das perdas relacionadas à crise da Covid-19 (mix tarifário, volumes), novos impactos de PIS/Cofins e atende a faixa de receita definida pela revisão.
Já o JPMorgan aponta que o reajuste tarifário de 6,3733% é inferior à estimativa da casa de 10%, mas reforça que a audiência pública estará aberta para receber contribuições até 6 de janeiro de 2023. Assim, os números ainda podem mudar antes da aprovação final.
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“Entendemos que a Sabesp ainda terá reajuste tarifário anual em abril de 2023, para o qual estimamos em alta de 5,6%”, avalia o banco.
A equipe de análise aponta que o terceiro ciclo tarifário (2021-24) é de transição no qual a Arsesp deveria alterar a estrutura tarifária, e devido aos impactos que isso poderia trazer para a empresa, a Sabesp deveria ser regulada por um teto de receita de mais ou menos 2,5%.
Para os analistas, o reajuste de 10% ainda não seria suficiente para isso, mas vê os 6,3733% ainda mais desafiadores. “De acordo com os nossos cálculos, se esta taxa for aprovada, poderá impactar negativamente o nosso preço-alvo em R$ 1 por ativo (para R$ 54), nosso Ebitda esperado para 2023 em 3% e nosso Ebitda esperado para 2024 em 4%”, apontam.
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De qualquer forma, acreditam que o balanço de riscos para a Sabesp ainda é positivo, com a opcionalidade da privatização mal precificada pelo mercado. “Acreditamos também que o início da nova gestão trará notícias positivas para a Sabesp, como
como mudanças de gestão e um plano de eficiência”, apontam os analistas, que mantém recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para SBSP3, com preço-alvo de R$ 55.