Rússia admite pela 1ª vez que ofensiva não segue o planejado

Chefe da Guarda Nacional e um dos homens mais próximos a Putin culpou 'forças de extrema direita que estão se escondendo atrás de civis'

ANSA Brasil

Bombeiros trabalham para extinguir incêndio em prédio residencial atingido por ataque russo nas primeiras horas da manhã no distrito de Sviatoshynskyi, em 15 de março de 2022, em Kiev, capital da Ucrânia. (Foto por Chris McGrath/Getty Images)
Bombeiros trabalham para extinguir incêndio em prédio residencial atingido por ataque russo nas primeiras horas da manhã no distrito de Sviatoshynskyi, em 15 de março de 2022, em Kiev, capital da Ucrânia. (Foto por Chris McGrath/Getty Images)

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Pela primeira vez desde o início da invasão à Ucrânia, um membro do alto escalão do regime de Vladimir Putin reconheceu que a guerra não está caminhando com a velocidade esperada pela Rússia.

Viktor Zolotov, chefe da Guarda Nacional e um dos homens mais próximos a Putin, disse que o avanço na Ucrânia tem sido mais lento do que se imaginava.

“Eu gostaria de dizer que, sim, nem tudo está indo tão rápido quanto gostaríamos. Mas estamos caminhando passo a passo rumo a nosso objetivo”, afirmou Zolotov, segundo comentários publicados no site da Guarda Nacional.

De acordo com ele, a culpa pelo atraso nas operações seria de “forças de extrema direita que
estão se escondendo atrás de civis”.

Nos Estados Unidos, um porta-voz do Departamento de Defesa disse em um briefing à imprensa na segunda-feira (14) que “quase todas” as frentes russas na Ucrânia estão “paradas”, incluindo o famigerado comboio que ameaçava se dirigir à capital Kiev.

Acredita-se que Moscou esperava uma queda rápida da Ucrânia, mas os combates já se arrastam há quase 20 dias, sem sinais de rendição por parte do governo local.

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Para reforçar sua ofensiva, a Rússia já alistou milhares de mercenários na Síria — a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos fala em 40 mil milicianos —, mas esse contingente ainda não teria sido transportado para o fronte.

O governo ucraniano também denuncia a intenção de Belarus de se juntar à invasão.

De acordo com a ONU, pelo menos 636 civis ucranianos já morreram desde o início da guerra, incluindo 46 menores de idade. A invasão também gerou 2,8 milhões de refugiados.