Rumor de fusão de varejistas e disparada de ex-empresa de Eike agitam a Bolsa nesta 2ª

A notícia ajudou a elevar as ações de todo o setor varejista, enquanto na ponta negativa do índice, a construtora Rossi acumula perdas de 12% em 7 dias

Marina Neves

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SÃO PAULO – A segunda-feira (4) foi marcada por muita volatilidade na Bolsa, com o Ibovespa registrando leves quedas no início do dia e virando para o positivo, atingindo sua máxima às 15h50 (horário de Brasília), com valorização próxima de 1%. O grande destaque do dia foi a notícia de uma possível fusão entre a Lojas Renner e Marisa, que elevaram as ações de todo o setor varejista. Além delas, as ações da mineradora MMX (MMXM3, R$ 1,43, +1,42%), de Eike Batista, também apresentaram dia positivo no índice.

O destaque também ficou por conta da CSN, que abriu a 3ª semana da temporada de resultados, mostrando uma queda de 96% no lucro líquido da companhia neste segundo trimestre. Fora do índice, as ações da HRT chegaram a cair 6% no primeiro pregão pós-grupamento, enquanto os papéis da Eneva reagiram ao aumento de capital. 

Na ponta negativa do índice, ficaram as ações da Rossi (RSID3, R$ 1,39, -1,42%), que hoje registraram perdas de 12% em 7 dias. De acordo com o analista Carlos Müller, da Geral Investimentos, os papéis devem estar sofrendo com a antecipação dos seus resultados para o segundo trimestre, que devem sair no dia 14 deste mês. Seguindo o mesmo padrão, as ações da Gafisa (GFSA3, R$ 3,31, -2,07%) também figuram entre as perdas do Ibovespa.

Confira os destaques desta sessão:

Renner e Marisa
Uma possível fusão está sendo conversada entre as varejistas Lojas Renner (LREN3, R$ 71,65, +3,32%) e Marisa (AMAR3, R$ 16,21, +9,08%), segundo informações da coluna Radar, que saiu na edição impressa da revista Veja neste final de semana. Após contato do InfoMoney, a assessoria de imprensa da Marisa disse que “não se pronunciará a respeito da matéria”. Já a Lojas Renner comunicou poucos minutos antes do fechamento deste pregão que a informação “não tem procedência na medida em que não há qualquer espécie de negociação entre as referidas empresas”.

Vale ressaltar que as ações duas empresa estão vivendo momentos bem distintos na Bovespa em 2014: enquanto a Renner já ganhou 15,7% de valor de mercado, a Marisa vem no caminho oposto e já viu suas ações caírem 19,5% no acumulado do ano.

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De acordo com Geraldo Samor, colunista online da Veja, a hipótese aventada no fim de semana pela coluna Radar foi recebida com um misto de interesse e ceticismo por gestores e analistas consulados por ele. 

Além delas, as ações da Restoque (LLIS3, R$ 7,81, +8,32%) também apresentaram forte alta, enquanto Cia Hering (HGTX3, R$ 23,10, +5,96%) liderou os ganhos do principal índice de ações da Bolsa.

CSN (CSNA3, R$ 11,84, +0,77%)
A empresa apresentou seu melhor Ebitda em quase quatro anos mas viu seu lucro despencar 96% em relação ao mesmo período do ano anterior. De lá pra cá, o lucro consolidado foi de R$ 501,5 milhões para R$ 19,0 milhões.

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Segundo a equipe de análise da Guide Investimentos, a primeira impressão é que o resultado operacional foi forte e acima das projeções do mercado, porém o lucro liquido da companhia apresentou forte retração e ficou abaixo das projeções. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 19% no período, para R$ 1,303 bilhão, atingindo o melhor desempenho desde o 3º trimestre de 2010, informa a companhia.

A teleconferência dos resultados acontece nesta segunda-feira (4), a partir das 11h00. Para acompanhar, acesse este link.

Eneva (ENEV3, R$ 1,17, +8,33%)
A companhia disparou neste pregão, refletindo o aumento de capital de R$ 174,7 milhões por meio de subscrição de 137,6 milhões de ações, aprovado pelo seu conselho de administração na noite de sexta-feira (1). 

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Desta forma, o empresário Eike Batista – antigo controlador da companhia na época em que se chamava MPX Energia e integrava o EBX – sofreu uma diluição em sua participação no capital social da empresa, indo de 20,74% para 20%. A alemã E.ON, nova controladora da empresa, passou a deter 42,9% dos papéis ENEV3. Mesmo com essa alta, as ações da Eneva ainda acumulam perdas de 61% em 2014.

Oi (OIBR4, R$ 1,45, +2,11%)
As ações da Oi subiram hoje em meio à notícia de que Portugal fará um resgate de € 4,9 bilhões (ou US$ 6,58 bilhões) ao Banco Espírito Santo. O banco falhou no pagamento de € 847 milhões em dívida para a Portugal Telecom, empresa que está em processo de fusão com a Oi.  O resgate do Banco Espírito Santo, que foi revelado após um fim de semana de discussões entre autoridades de Portugal e da União Europeia, vem após semanas de notícias ruins sobre o estado financeiro do banco, particularmente sua exposição a uma série de companhias lideradas pela família fundadora Espírito Santo.

HRT (HRTP3, R$ 14,50, +3,57%)
A partir desta segunda-feira, os papéis passaram a ser grupados na razão de 10 para 1 – ou seja, 10 HRTP3 na sexta-feira passaram a ser um nesta segunda. Com isso, a ação que estava cotada próxima de R$ 1,00 fechou esta sessão na faixa dos R$ 14.

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Ainda sobre a HRT, na última sexta-feira a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou que o investidor Rogério Affonso Izzo Pintono, sócio da Air Amazônia Serviços Aéreos, pagou R$ 13,4 mil para encerrar um processo. Pintono foi acusado de usar “insider trading” (usar informações privilegiadas) para negociar ações da petroleira em 2012. Com o termo de compromisso o processo será extinto sem julgamento.

TIM (TIMP3, R$ 12,27, -0,97%)
As ações da TIM apareceram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sessão. Segundo jornal italiano La Repubblica, a espanhola Telefónica pediu a bancos de investimentos para prepararem uma oferta pela GVT, unidade brasileira de telefonia fixa da francesa Vivendi. A publicação afirma que a operadora espanhola decidiu intervir para evitar uma possível fusão da GVT com a TIM, controlada pela Telecom Italia. De acordo com a publicação, o presidente da Telefónica, César Alierta, teve inúmeras conversas com a Vivendi antes de entrar em contato com os bancos.