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Apesar do desempenho negativo de mais de 10% nos últimos 12 meses, a XP Investimentos reiterou visão positiva e recomendação de compra para ação da empresa de logística Rumo (RAIL3).
As principais razões para a deterioração, na avaliação da corretora, são as taxas de juros mais altas, riscos relacionados às negociações de contratos de take-or-pay (ToP) e à produção de grãos, bem como a revisão para cima no capex de expansão e fluxo de notícias negativas sobre regulamentação/novos projetos.
Embora concorde com alguma redução na classificação dos ativos (principalmente em relação às taxas mais altas), a XP disse que que o desempenho inferior das ações foi exagerado. Enquanto o Ibovespa subiu 13% nos últimos doze meses, RAIL3 caiu 14%.
O múltiplo EV/Ebitda (valor da firma/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) projetado da Rumo é negociado em uma alta correlação inversa com a taxa livre de risco do Brasil (correlação de 4 anos de 82% versus NTN-B 2035). Aplicando a equação de correlação ao nível de taxa de juros atualmente mais alto, a corretora chegou a um múltiplo justo de EV/Ebitda para a Rumo de 7,5 vezes, que é uma desvalorização em relação aos níveis históricos, mas implica um espaço de reavaliação relevante em relação ao múltiplo atual de 5,8 vezes para 2025 (40% de aumento no valor de mercado).
A XP também disse entender a preocupação dos investidores em relação aos resultados de 2025 com base em uma combinação de: (i) negociações de contratos ToP mais difíceis em andamento com os clientes (já que as tradings enfrentam um ambiente de margens mais baixas em 2024); e (ii) maior percepção de risco da safra de milho devido a atrasos no plantio da safra de soja devido às condições climáticas secas.
Com relação às negociações tarifárias, a XP vê um ambiente estruturalmente positivo de oferta/demanda para a logística de grãos e espera que ele prevaleça em relação às condições de curto prazo.
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Quanto ao risco da safra de 2025, a corretora menciona o cronograma de plantio de soja atrasado no estado do Mato Grosso, para o qual analistas esperam uma rápida melhora nas próximas semanas (dada a expectativa de maior precipitação e os agricultores tecnologicamente equipados em MT).
Quanto às outras razões mencionadas para a fraqueza das ações, analistas avaliam que seu impacto sobre os preços das ações (e a compressão do múltiplo) não são justificáveis. “Os exemplos são: (i) maior capex para LRV, que apesar de ser uma questão relevante, está relacionado a um novo projeto que acreditamos (a) não estar precificado no preço atual das ações e (b) ter níveis de retorno atrativos preservados, dadas as tarifas estruturalmente mais altas; e (ii) fluxo de notícias regulatórias/novos projetos (principalmente Ferrogrão e teto tarifário), que não esperamos que impactem os fundamentos no médio ou longo prazo”, diz relatório.