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O oligarca russo Roman Abramovich e dois negociadores de paz ucranianos tiveram sintomas de um possível envenenamento após uma reunião em Kiev no início de março, segundo fontes ouvidas pelo jornal “The Wall Street Journal” (WSJ) em matéria publicada nesta segunda-feira (28). O site de jornalismo investigativo Belling Cat, sediado na Holanda, diz ter confirmado com suas fontes as mesmas informações que o diário americano.
Abramovich e pelo menos dois membros da delegação ucraniana desenvolveram sintomas que incluíam “olhos vermelhos, lacrimejamento constante e doloroso”. O jornal cita “fontes familiarizadas com o assunto”.
Todos culparam Moscou pelo suposto ataque, que, segundo eles, queria sabotar as negociações que visam acabar com a guerra. Uma pessoa próxima a Abramovich disse que não estava claro quem era o alvo no grupo, segundo o WSJ.
Todos melhoraram e já estão bem, segundo o WSJ. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não chegou a ser afetado.
Nova rodada de negociações
O início da nova rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia em Istambul, na Turquia, foi adiado em um dia por conta de problemas logísticos. As conversas estavam previstas para começar nesta segunda-feira (28), mas, de acordo com um integrante da delegação ucraniana, David Arahamiya, devem iniciar apenas às 10h (4h em Brasília) desta terça (29).
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também disse que as negociações ocorrerão nos dias 29 e 30. Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, já se reuniram na cidade turca de Antália em 10 de março, mas o encontro não produziu resultados práticos.
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As delegações também chegaram a fazer conversas presenciais em Belarus, cujo regime é aliado de Moscou, mas, nas últimas semanas, as negociações vêm sendo realizadas por meio de videoconferência.
Alguns países tentam intermediar um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, porém Lavrov disse nesta segunda-feira que isso seria “contraproducente” no momento. O ministro ainda cogitou a hipótese de levar as negociações para Belgrado, na Sérvia, uma histórica aliada de Moscou. Para interromper a invasão à Ucrânia, a Rússia exige a desmilitarização do país, seu compromisso de não ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o reconhecimento da anexação da Crimeia e da autonomia do Donbass.
A Ucrânia, no entanto, cobra garantias de segurança por parte de potências internacionais em troca da não adesão à Otan e defende a integridade de seu território.
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Ataques
A perspectiva de uma nova rodada de negociações não diminuiu a intensidade dos conflitos na Ucrânia, e a região de Kiev foi atingida por bombardeios e disparos de artilharia mais de 40 vezes desde o último domingo (27). Em Kharkiv, o número de alvos atacados em 24 horas passou de 200. “Novamente, ataque total de mísseis contra a Ucrânia. Lutsk, Kharkiv, Zhytomyr, Rivne. Todos os dias mais e mais foguetes. Mariupol sob bombardeio. A Rússia não tem mais linguagem, humanismo, civilização. Apenas foguetes, bombas e a tentativa de varrer a Ucrânia da face da Terra. A Europa gosta mesmo disso?”, escreveu no Twitter Mikhailo Podolyak, assessor de Zelensky.
Por razões de segurança, não haverá nenhum corredor humanitário para evacuação de civis nesta segunda-feira.
(com Ansa Brasil)
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