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“Robôs traders” viram opção para investidores com maior apetite ao risco

Operações feitas por máquinas têm maiores taxas de acerto e conseguem render lucros mesmo em períodos de "mercado de lado"

Vitor Azevedo

(Foto: Gerd Altmann/ Pixabay)
(Foto: Gerd Altmann/ Pixabay)

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Os chamados “robôs traders” vêm caindo no gosto de investidores com um perfil mais agressivo (ou seja, que contam com uma parcela mais relevante de sua carteira investida em renda variável). E alguns especialistas também passaram a indicar essas ferramentas para “não traders”, que topam assumir um maior risco em suas operações no mercado financeiro.

“A gente tem recomendado alguns robôs para clientes que têm perfil agressivo e que não sejam traders. Traders usualmente gostam de estar no mercado, de operar fisicamente e de fazer suas próprias análises”, fala Roberto Indech, Head Relações Institucionais de Renda Variável da XP.

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Fora isso, para o especialista, em momentos de “mercado de lado” — como agora —, os robôs dão a opção de investidores ganharem em cima da volatilidade diária.

“É uma estratégia que a gente fala bastante que é descorrelacionada com o momento de mercado. A performance dessas estratégias, do algoritmo, ela não depende de o índice estar a 120 mil pontos ou 90 mil pontos. Se a bolsa estiver caindo, vai ter um robô performando bem. Se subir, também”, corrobora Vinicius Moura, responsável pelo time de distribuição trader da XP.

Os dois ainda expõem que os robôs traders, algumas vezes, dão também a opção de operar mais alavancado, já que estão em mercados de derivativos. Essa opção não se dá em investimentos mais “tradicionais”, como ações ou fundos de investimentos (o que explica, porém, o fato de os robôs serem mais indicados a investidores com perfis mais agressivos).

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“Você consegue usar sua garantia para investir. A necessidade de capital é baixa nesse produto”, explica Moura.

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Robôs “tiram questões humanas” de jogo

Moura chama a atenção também para o fato de os robôs “profissionalizarem o trade”. “A estratégia é um algoritmo que foi parametrizado. Ela é estudada em diversos cenários de stress, olhando para trás, e por ai vai. Não traz previsibilidade, mas traz segurança”, acrescenta. 

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No robô trading, as negociações são realizadas totalmente por decisão de algoritmos. Elas são feitas a partir de condições de mercado, como índices macro, dados ou análises. Com os parâmetros definidos, os algoritmos tomarão decisões sempre que determinada situação acontecer, sem consultar humanos para isso.

Rodrigo Malacarne, CEO da OnTick, plataforma de investimentos automatizados, menciona que dois terços dos investidores que hoje optam por robôs traders nunca operaram diariamente nem tiveram contato com mercados de derivativos ou mercado futuro.

“O ‘trader’ quer estar no comando. Ele gosta de clicar em venda e em compra”, corrobora. 

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Maior taxa de acerto

O executivo da OnTick lembra que os números mostram que boa parte dos traders perdem dinheiro no mercado financeiro e que isso se dá, em parte, pelo envolvimento de emoções no processo. 

“Já com robôs, em meses que as estratégias vão muito bem, 70% dos usuários da plataforma ganham dinheiro e 30% perdem. Em meses que elas vão mal, esse número inverte. Mas 30% é muito maior do que os 5% dos traders que fazem dinheiro com day trade”, defende. 

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A falta de emoções envolvidas nas tomadas de decisões dos robôs traders também é para Moura, da XP, parte da explicação que leva os algoritmos a terem performances melhores do que os humanos. 

“A tomada de decisão é com base em estatística e de forma automatizada. O robô vai no mercado e já executa. Não tem um “segundo pensamento”. É simplesmente operação matemática”, explica o responsável pelo time de distribuição trader da XP.

No entanto, investidores que se interessam pelos robôs traders têm de tomar decisões na hora de alocar em determinadas estratégias. 

Investidor precisa entender estratégia

“É preciso uma breve leitura para entender o que cada robô faz. Por exemplo, há robôs que são mais para mercados lateralizados, outros mais para tendência de alta, e por ai vai. Isso estará na descrição da estratégia”, debate. “Fora isso, vale olhar números como taxa de acerto, drawdown e payoff”.

O especialista da corretora também recomenda uma conversa com assessores para entender a estratégia e para fazer o gerenciamento de risco.

Já Indech, por fim, menciona que sempre recomenda que investidores aloquem uma fatia pequena nessas ferramentas (cerca de 10% do capital total) — e sempre em mais de um algoritmo.

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