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Apesar da queda entre 23% e 31% dos preços do aço nacional desde o pico em maio do ano passado, devido a uma combinação de redução dos preços internacionais do aço e enfraquecimento da demanda, mais desvalorização é esperada – podendo afetar principalmente Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3).
Essa é a avaliação do Goldman Sachs. Segundo relatório do banco, a demanda continua fraca e a balança comercial é desfavorável, com os aços planos apresentando maior risco devido a um grande prêmio em relação à paridade de importação (atualmente em 30% em comparação com 5 a 10% normalizado).
Mais especificamente, as importações de aço plano aumentaram 72% em relação ao ano anterior em junho, enquanto as exportações caíram 60%. Ao mesmo tempo, as montadoras estão reduzindo a produção, as vendas de caminhões estão desacelerando e as vendas de eletrodomésticos retornaram aos níveis pré-pandemia.
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De acordo análise do banco, as siderúrgicas domésticas têm resistido em oferecer descontos nos preços, possivelmente porque isso teria um impacto negativo nas negociações semestrais com o setor automotivo. No entanto, analistas acreditam que a atual paridade de importação em 30% não é sustentável e esperam que os preços domésticos do aço plano diminuam mais cedo do que tarde.
Com relação ao aço longo, o consumo aparente está em queda de 5% no acumulado do ano e a demanda por exportações é fraca, o que está exercendo pressão negativa sobre o equilíbrio entre oferta e demanda doméstica. Já o prêmio de paridade de importação em 7% está relativamente equilibrado, mas segundo verificações no setor, descontos nos preços têm sido oferecidos para incentivar a compra.
Para as empresas ao mercado de aços do Brasil cobertas pelo Goldman Sachs, os analistas acreditam que a Usiminas e CSN estão mais expostas a potenciais quedas nos preços.
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Especificamente para a Usiminas, as incertezas sobre os lucros permanecem elevadas, segundo analistas, pois a empresa está modernizando seu alto-forno principal (atualmente utilizando placas adquiridas no mercado).
Enquanto isso, os lucros da Gerdau (GGBR4) devem permanecer relativamente resilientes devido à exposição a mercados de aços longos relativamente melhores no Brasil e nos Estados Unidos. Contudo, não estão imunes à fraqueza do aço plano no Brasil (40% das vendas da empresa na região).
Os preços de exportação do aço plano da China, FOB (frete Free on board, com responsabilidade pelo transporte do cliente), subiram US$ 6 por tonelada em relação à semana anterior, para US$ 549 a tonelada (t), enquanto os preços domésticos do aço plano no Brasil se mantiveram na semana, em R$ 4.600/t (prêmio de paridade de importação de 30%).
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No lado do aço longo, os preços de exportação da Turquia, FOB, caíram US$ 27/t em relação à semana anterior, para US$ 570/t, enquanto os preços domésticos do aço longo no Brasil ficaram estáveis na semana, em R$3.910/t (prêmio de paridade de importação de 7%).
O Goldman Sachs reitera recomendação de compra para ações da Usiminas, com preço-alvo de R$ 9,80, o que representa um potencial de alta de 36,9% frente a cotação de fechamento da última quinta-feira (20) de R$ 7,16.
Já para Gerdau, o banco americano mantém classificação neutra para Gerdau e preço-alvo de R$ 28, o que representa um potencial de alta limitado de 1,7% frente ao preço de fechamento da véspera (20) de R$ 27,52.
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Menos otimista com a CSN, analistas reiteram recomendação de venda e preço-alvo de R$ 12,50, um potencial de desvalorização de 1,4% com relação ao preço de fechamento da véspera de R$ 12,68.
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