Risco de excesso de oferta de petróleo é descartado no curto prazo, avalia XP

Preços da commodity têm estado voláteis em meio às preocupações com demanda, oferta e tensões geopolíticas

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) discutiram nesta semana o cumprimento das cotas de produção, em meio à disparada dos preços da commodity, com sua maior valorização desde março de 2023. O resultado da reunião, por sua vez, atendeu às expectativas do mercado, com a extensão dos cortes de produção até o final do ano.

“Havia uma expectativa do mercado de qual seria o movimento dos produtores de petróleo dadas essas oscilações de preço do petróleo, mas o resultado da reunião acabou ficando bem em linha com que se esperava, estendendo os cortes de produção até o final do ano”, disse Helena Kelm, analista de óleo e gás da XP, durante o programa Morning Call da XP, nesta sexta-feira (4).

Segundo ela, o mercado estava especialmente cauteloso se entre os países membros haveria cumprimento de redução de produção, especialmente da Rússia, Cazaquistão e Iraque. “Eles disseram que entrariam em conformidade, mas a OPEP+ disse que continuaria a monitorar de perto esses dados de produção”, afirmou.

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A analista explicou que há o temor entre os produtores de que o não cumprimento das restrições leve a um excesso de oferta do petróleo no mercado. A XP, no entanto, descarta esse cenário no curto prazo.

Petróleo: guerra e economia fraca

“Os preços do petróleo têm estado bastante voláteis, por conta da dinâmica de enfraquecimento da demanda, mas sendo puxado pelo crescimento das tensões no Oriente Médio”, comentou a analista.

Inicialmente, os preços caíram drasticamente devido às preocupações com a fraca economia global e com a diminuição da demanda.

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No entanto, os preços subiram, nesta semana, novamente devido ao aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, relatou a XP.

“Nosso posicionamento é que a gente está menos pessimista com essa questão da oferta e demanda. A gente acha que não vai ter um declínio muito forte da demanda no curto prazo”, afirmou.

Por fim, a XP considera que a escalada do conflito no Oriente Médio pode ser contida, evitando que se transforme em uma guerra regional. O temor de aumento da crise na região se deu depois que os confrontos entre Israel e o Irã surgiram.