Revisões após 2T reforçam otimismo com Hapvida (HAPV3) em meio a tendências positivas

Melhorias na base de beneficiários e potencial para melhoria nas margens sustentam visão positiva de analistas para nome, após 2T24; dados de RDOR3 também agradaram

Camille Bocanegra

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A temporada do segundo trimestre de 2024 marcou positivamente a visão de analistas para alguns nomes do setor de saúde. Dentre os destaques, Hapvida (HAPV3) se apresenta na direção certa, após trimestres de perdas na base de beneficiários.

A companhia pode estar mais próxima que nunca de um ponto de inflexão para crescimento orgânico, na análise do Itaú BBA. A Hapvida estaria pronta para voltar a crescer e sustenta melhoria nas margens. Uma base de beneficiários mais otimista para os próximos anos somada à melhor dinâmica de medical loss ratio (MLR, ou índice de sinistralidade) justificam o otimismo, de acordo com os analistas. A recomendação é de compra, com preço-alvo majorado para R$ 7 dos R$ 6,50 anteriores. Estimativas de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e lucro líquido foram revisadas para acima, além de outras métricas.

A visão do banco se baseia não só no comportamento da própria companhia mas também na dinâmica estabelecida em suas subsidiárias. A estratégia adotada tem sido aumentos de preços menores que os praticados pelos principais concorrentes. Considerando que o setor sofre ainda com pressão financeira, o movimento pode garantir melhor desempenho para a Hapvida. Além disso, do ponto de vista financeiro, houve a positiva reversão de provisões chamadas de Peona (provisões para eventos ocorridos e não avisados) e das provisões por perdas de crédito. Isso houve impacto positivo no balanço apresentado. Combinado com fatores operacionais, como a previsibilidade de sinistros futuros, analistas estimam que a necessidade de construção de reversões tem queda.

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“Embora projetemos que uma parte significativa destas reversões não será recorrente, destacamos a importância de melhorias contínuas na cobrança de beneficiários inadimplentes e na reconciliação bancária, o que deverá ajudar a reduzir as taxas de inadimplência no futuro”, afirma a análise do BBA.

A sólida dinâmica de custos unitários deve persistir, para o Goldman Sachs, o que deve garantir a normalização do MLR até o fim de 2025. A análise do banco estrangeiro sustenta que, mesmo com alguns custos sazonais, o custo unitário da companhia seguiu em níveis saudáveis, com avanço abaixo da inflação.

O aumento de beneficiários como consequência de desaceleração mais acentuada no crescimento médio de preços já se mostra em algumas regiões, segundo o Goldman. A análise sustenta a recomendação de compra para Hapvida, considerando valuation ainda atrativo de 13 vezes o preço sobre o lucro (P/L) e as tendências positivas para o nome.

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Os ventos mais otimistas também se estendem para Rede D’Or (RDOR3), na análise do BTG Pactual. O nome é visto de forma positiva há alguns trimestres e os resultados do 2T24 reforçam a impressão. O banco aumentou as estimativas de lucro líquido em cerca de 5% para 2024, 2025 e 2026 após a teleconferência de resultados. A perspectiva apresentada ali pela administração sugere crescimento nos segmentos hospitalares e de seguros, segundo o BTG, e queda da sinistralidade.

Ainda assim, a Hapvida continua como top pick para o BTG. A Rede D’Or figura como “melhor tese de curto prazo” apoiada pelo forte momento de resultados. Já HAPV3 é a escolha favorita de longo prazo e o banco aumentou estimativas para Ebitda para 2024 e 2025 em cerca de 2%. Ainda assim, a ressalva é que alguns pontos positivos do balanço do 2T24 não devem ocorrer todos os trimestres e, por isso, a magnitude da revisão foi menor que para RDOR3.