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SÃO PAULO – O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anuncia nesta quarta-feira (31) sua decisão acerca da taxa básica de juro brasileira. Este ano, a autarquia optou por elevar a Selic em todas as suas reuniões; entretanto, frente à degradação da economia internacional e levando em conta os recentes pronunciamentos do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da presidente Dilma Rousseff, as análises compiladas pela InfoMoney apontam para a manutenção do juro básico em 12,50% ao ano.
Os indicadores recentes sinalizam para uma demanda doméstica aquecida, especialmente em relação ao mercado de trabalho e à concessão de crédito. No entanto, crescem as incertezas quanto ao ambiente externo e às possíveis consequências contracionistas sobre a atividade. Desta forma, o cenário passou a pedir mais cautela, avalia a equipe de análise da Rosenberg & Associados, que projeta a manutenção da taxa de juro no atual patamar.
“Vários fatores amparam a percepção de que a Selic pode ser reduzida antes do que ora antevemos”, admite a LCA Consultores. Os economistas elencam a deterioração do quadro global, a revisão para baixo das expectativas de crescimento mundial e local, além do aperto das condições fiscais do Brasil, por meio da elevação da meta de superávit primário, como fatores que podem contribuir para a redução da Selic antes do final do ano. Por enquanto, seguem a expectativa de manutenção da taxa de juros.
Para o analista econômico da Win Trade, José Góes, a taxa de juros só será elevada caso o quadro da economia brasileira prove estar em uma desaceleração maior do que a esperada. “Caso a situação atual se agrave, o risco de uma recessão se confirme, o Banco Central deve agir”, falou em entrevista à InfoMoney TV.
Muda o viés da política monetária
No início da semana, Guido Mantega elevou em R$ 10 bilhões a meta para o superávit primário deste ano. Acompanhando o anúncio veio a intenção de “abrir espaço para que haja a redução dos juros”. Na terça-feira (30), foi a vez da presidente Dilma Rousseff confirmar que o país está criando condições para a redução da Selic, a fim de manter a economia aquecida e afastar a crise externa.
Na visão do Bank of America Merrill Lynch, após as últimas semanas, crescem as chances de corte na taxa de juros ainda em 2011, ao mesmo tempo em que os participantes do mercado continuam a questionar as condições do Banco Central para trazer a inflação de volta à meta no próximo ano. “Continuamos a esperar nenhum corte em 2011 e prevemos uma redução de 50 pontos base no próximo ano”, afirma o analista David Beker.