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A seleção brasileira de futebol passou para as oitavas de final da Copa do Mundo do Qatar e a semana já deve começar com volume reduzido de negócios na Bolsa. A partida contra a Coreia do Sul vai acontecer já nesta segunda-feira (5), às 16h (horário de Brasília), coincidindo com as duas últimas horas de pregão.
Apesar do clima festivo do mundial, os próximos dias vão trazer indicadores econômicos importantes, sobretudo aqui no Brasil.
O boletim Focus do Banco Central desta segunda vai ser o primeiro após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2022, que desacelerou em relação ao segundo tri e cresceu menos do que o esperado pelo mercado. Resta saber se isso vai impactar as previsões dos economistas, que, a cada semana, revisam para cima suas apostas para o crescimento econômico.
Leia mais: Crescimento moderado do PIB no 3° tri é indício de perda de força da atividade, dizem analistas
A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano começa na terça-feira (6). O encontro termina na quarta (7) e os economistas são praticamente unânimes sobre uma manutenção da taxa básica de juros no atual patamar.
“Ainda que haja um amplo consenso de que a taxa Selic deve ser mantida em 13,75%, todas as atenções vão estar em como o Comitê responderá à percepção de maior risco fiscal dos investidores”, diz relatório do Bradesco.
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“Considerando o alto nível de incerteza, especialmente em relação à trajetória das contas públicas, acreditamos que o Copom vai reforçar a mensagem, presente nos últimos comunicados, de manter uma política monetária vigilante”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
Na avaliação do Mesquita, o Banco Central quer perseverar no processo de desinflação até que a convergência às metas seja atingida. E caso esse processo não saia como o esperado ou se as expectativas da inflação ficarem desancoradas, não vai hesitar em em continuar o ciclo de aperto monetário.
O Goldman Sachs diz, inclusive, que o tom do comunicado do Copom deve ficar entre o conservador e o hawkish (de manutenção de taxas elevadas). O banco também acredita que a autoridade monetária poderá voltar a subir juros se a desinflação não ocorrer dentro das expectativas.
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“Em relação ao balanço de riscos para a inflação, o Copom deve continuar avaliando que há simetria, mas pode, ao mesmo tempo, endurecer o discurso para dar mais ênfase ao risco de inflação mais elevada por conta da futura política fiscal”, diz o relatório do Goldman.
A inflação de novembro medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) será divulgada na sexta-feira (9). O consenso Refinitiv prevê alta de 0,55% na comparação mensal, desacelerando em relação ao desempenho de outubro – quando o IPCA avançou 0,59%, interrompendo uma sequência de três meses de inflação.
O Itaú projeta uma alta de 0,52%. “A leitura deverá ser pressionada pelos preços de alimentação em domicílio (especialmente o segmento in natura), gasolina e etanol. Por outro lado, itens de higiene pessoal devem apresentar alguma deflação, por conta dos descontos da Black Friday“, diz o relatório de Mario Mesquita.
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Segundo ele, levando em conta o núcleo da inflação, serviços, como alimentação fora de casa e aluguel, e bens devem mostrar algum alívio na margem.
Para as vendas no varejo referentes a outubro, indicador que sai na quinta-feira, o Itaú prevê uma expansão mensal de 0,3% e de 0,6% no índice amplo, que inclui veículos e material de construção. O consenso Refinitiv aponta para um crescimento de 0,2% na comparação com setembro.
Todos esses indicadores vão ser acompanhados pelos investidores junto com o noticiário político, que é o que mais tem mexido com a Bolsa nas últimas semanas. Para esta semana, espera-se que a PEC da Transição avance no Congresso, para que passe pela aprovação do Senado e da Câmara até o dia 15 de dezembro. O mercado também aguarda pela divulgação dos nomes que vão compor a equipe ministerial do novo governo, sobretudo a Economia.
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Agenda mais fraca no exterior
A semana que passou foi uma montanha-russa para as Bolsas em Wall Street. Depois de Jerome Powell ter injetado otimismo nos investidores, sinalizando para uma desaceleração da alta de juros nos Estados Unidos, a fala do presidente do Federal Reserve perdeu impacto. Nos dois primeiros pregões de dezembro, os índices americanos fecharam em baixa, ainda que com saldo positivo no acumulado da semana.
Para os próximos dias são esperados indicadores menores. O destaque fica para o índice de preços ao produtor, na sexta-feira. O consenso Refinitv aponta para uma alta mensal de 0,2%.
Indicadores de performance do setor industrial e de serviços serão divulgados na segunda-feira, com os índices de gerente de compras (PMI). Na sexta, sai o índice de confiança do consumidor e a pesquisa de condições de negócios, pela Universidade de Michigan.