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No primeiro balanço em que passa a incorporar os números do Hermes Pardini, o Grupo Fleury (FLRY3) reportou nesta quinta-feira (3) lucro líquido 5,6% maior no segundo trimestre deste ano em relação a igual período de 2022, chegando a R$ 74,4 milhões. A receita líquida chegou a R$ 1,7 bilhão, um incremento de 49,3% no mesmo comparativo. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) somou R$ 363,6 milhões, com alta de 22%.
O crescimento da última linha do balanço poderia ter sido ainda maior, caso a companhia não tivesse optado por contabilizar R$ 65,5 milhões referentes a todas as despesas da combinação de negócios já neste balanço. Nesse cenário, o lucro teria crescido 66,9%, para R$ 117,7 milhões.
Para Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, o primeiro balanço unificado mostra que a empresa já está em um novo patamar de receita. Anunciada em junho de 2022 e concluída no fim de abril deste ano, a combinação com o Pardini deverá incrementar de R$ 200 a R$ 220 milhões de Ebitda no balanço do grupo em até três anos. Entre os resultados imediatos, a executiva lembra a expansão do grupo no país, passando a atua em mais de 2 mil cidades, bem como uma presença mais forte na oferta de produtos e serviços para empresas. Prova disso é que o desempenho da vertical B2B do grupo praticamente dobrou em um ano, para R$ 340,9 milhões.
“Apesar dos primeiros ganhos com a combinação, também registramos crescimento orgânico de 12% na receita, o que mostra que estamos avançando em todas as frentes”, diz Tsutui ao InfoMoney. A executiva ressalta também que o Grupo Fleury conseguiu reequilibrar a queda de demanda nos exames de covid, que chegou a representar 12,5% da receita bruta do negócio combinado no segundo trimestre de 2021, caiu para 4,6% no ano seguinte e encerra o último trimestre em apenas 0,5% do faturamento.
“Nós estamos trabalhando para diversificar nossa oferta. Recentemente incorporamos serviços de ortopedia e oftalmologia, que complementam a jornada do cliente [sem a necessidade de fazer exames em outros lugares]. São iniciativas que nos permitem crescer mesmo com a manutenção do market share”, reforça a CEO do Fleury.
Neste sentido, Jeane Tsutsui também nota cada vez menos os efeitos da pandemia sobre a demanda dos serviços de laboratório. “Existe a percepção que o represamento de procura por serviços de saúde que existiu após a pandemia tenha refletido no segmento laboratorial. Não há demanda reprimida no nosso mercado”, diz.
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A executiva lembra que o último Censo mostrou uma tendência de envelhecimento da população, o que a torna mais propensa a doenças crônicas e, por consequência, mais assídua nos exames de rotina. “Também temos situações de sequelas de covid e uma consciência maior da população em cuidar da própria saúde”, acrescenta Tsutsui.
O Fleury encerrou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 2,2 bilhões e alavancagem financeira (indicador que mede o endividamento pelo Ebitda) de 1,3 vez, alta de 0,1 vez. “Estamos com um espaço confortável de alavancagem”, explica José Antonio Filippo, CFO do grupo. A empresa poderia trabalhar com alavancagem até 3 vezes, conforme acordos com os bancos (os chamados covenants), mas entende que o máximo aceitável seria algo em torno de 2 vezes.
“Somos disciplinados com a nossa estrutura de capital. Ainda vivemos em um momento de custo de capital alto e avaliamos que é seguro trabalhar com essa margem”, acrescenta o executivo, que não descarta possíveis aquisições. “Temos espaço de alavancagem para isso, mas seremos bem criteriosos ao investir”, completa Filippo.
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