Resultado do 1º tri não anima e ações ON da Oi caem 7%, mas analistas veem alguns sinais positivos

Receita da "Nova Oi" registrou queda no trimestre, mas Bradesco BBI destaca como positivo os números da fibra óptica da companhia

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Após um desempenho bastante expressivo das suas ações em 2020, com alta de 150% na esteira de venda de ativos indo no sentido de tirar a empresa da recuperação judicial e aumentar a eficiência, a Oi (OIBR3;OIBR4) tem queda expressiva, de cerca de 20%, dos ativos em 2021.

O resultado apresentado pela companhia referente ao primeiro trimestre não melhorou o ânimo com os papéis da companhia e, nesta quinta-feira (13) após o balanço, as ações OIBR3 fecharam em queda de 7%, a R$ 1,58, enquanto os ativos OIBR4 tiveram baixa de 2,13%, a R$ 2,30.

A companhia encerrou o primeiro trimestre de 2021 com prejuízo líquido consolidado de R$ 3,508 bilhões, redução de 44% em relação a perda obtida um ano antes, de R$ 6,253 bilhões. A perda atribuída aos acionistas controladores foi de R$ 3,504 bilhões no período, ante prejuízo de R$ 6,280 bilhões visto entre janeiro e março de 2020.

O Ebitda de rotina, que retira itens não recorrentes, foi de R$ 1,128 bilhão no primeiro trimestre, queda de 23,8% em relação ao valor de R$ 1,481 bilhão obtido em igual época de 2020.

A margem Ebitda caiu de 31,5% no primeiro trimestre de 2020 para 25,7% no primeiro trimestre deste ano. A receita líquida da empresa no primeiro trimestre de 2021 alcançou R$ 4,39 bilhões, baixa de 6,8% sobre o resultado de um ano antes. A Oi finalizou março com uma dívida líquida de R$ 25,172 bilhões, aumento de 38,8% em relação ao mesmo período de 2020.

Para o BBI, os resultados gerais foram negativos, uma vez que a receita do core business, a chamada “Nova Oi”, que inclui basicamente os negócios de banda larga e telefonia fixa residencial e corporativa, mostrou queda de 7,4%, para R$ 2,214 bilhões, com a pressão do segmento B2B (serviços para empresas).

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Dito isso, as receitas de fibra óptica permaneceram fortes e compensaram o declínio da banda larga de cobre (o que provavelmente persistirá no futuro) e a redução no segmento móvel (que não deve mais ser consolidada após a venda da UPI Mobile ser concluída).

A fibra óptica manteve forte desempenho, com receitas avançando cerca de 17% sobre o quarto trimestre de 2020 e 189% sobre o primeiro trimestre do ano passado, compensando totalmente a queda das receitas em cobre, de 33% no ano contra ano.

O take rate, taxa de adesão, atingiu 23,5%, já que as casas passadas atingiram 10,5 milhões e as conectadas 2,4 milhões.

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“Acreditamos que os investidores começarão a avaliar mais a Oi por suas operações e seu turnaround do que pelos eventos (como leilões). Os resultados do primeiro trimestre não ajudam nesse sentido, mas como a implantação da operação de fibra óptica, que continua ganhando relevância, isso deve ser superado”, avaliam os analistas do BBI.

Eles continuam confiantes na tese de investimento da Oi e, portanto, reforçam a ação da empresa como a preferida no setor de telecomunicação na América Latina, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 3,40, o que corresponde a um potencial de valorização de 100% em relação ao fechamento de R$ 1,70 da véspera.

O Credit Suisse classificou os resultados da Oi como negativos, destacando o Ebitda de R$ 1,1 bilhão – 24% inferior ao do primeiro trimestre do ano passado, 23% inferior ao quarto trimestre de 2020 e 20% abaixo do consenso do mercado, segundo consenso Bloomberg -, pressionado por receitas fracas. O banco suíço tem recomendação neutra para as ações ON da Oi, com preço-alvo de R$ 1,80, um potencial de valorização de 6% frente o fechamento de ontem.

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Os analistas do banco suíço revisaram recentemente as suas projeções para a companhia, destacando que veem positivamente o progresso na venda de ativos, que tornará a companhia uma “telecom” muito mais simples. Mas, ainda assim, seguem com uma visão bastante cautelosa para o papel (veja mais clicando aqui).

Para os analistas Daniel Federle e Felipe Cheng, a execução do plano de recuperação judicial da Oi está sendo bem-sucedida. Até por isso, a recomendação é neutra para os ativos, uma vez que a maioria dos catalisadores para os ativos da Oi já aconteceram e estão precificados.

Os analistas seguem divididos sobre a tese de investimentos na Oi, conforme aponta compilação do consenso Refinitiv com casas que cobrem o papel OIBR3: de cinco, três possuem recomendação de compra ou equivalente e duas de manutenção. O preço-alvo médio é de R$ 2,72, 60% acima do fechamento de quarta-feira.

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