Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro ajustado recorde de R$ 6,6 bi no 1º tri, acima do esperado; anuncia proventos

O consenso do mercado era de um lucro de R$ 5,34 bilhões, segundo os analistas consultados pela Refinitiv.

Equipe InfoMoney

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O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido ajustado recorde de R$ 6,6 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), um desempenho 34,6% superior ao reportado no mesmo período de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2021 (4T21), o aumento do lucro foi de 11,5%.

O resultado ficou acima do esperado. O consenso do mercado era de um lucro de R$ 5,34 bilhões, segundo os analistas consultados pela Refinitiv.

“A entrega de resultados robustos ao longo dos últimos trimestres permitiu que nos aproximássemos da rentabilidade dos pares privados”, destacou Fausto Ribeiro, presidente do BB, em release de resultados. O retorno sobre o patrimônio líquido ajustado (ROE) do trimestre subiu 3,1 pontos percentuais, para 17,3%.

Na comparação com o trimestre anterior, o lucro foi influenciado pelos seguintes fatores: (i) aumento de 3,6% da margem financeira bruta, (ii) redução de 27,2% das despesas com  Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) e (iii) retração de 3,7% das despesas administrativas.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, o dado ajustado foi influenciado pelos seguintes motivos: (i) crescimento de 5,6% da margem financeira bruta, (ii) aumento de 9,4% das receitas de prestação de serviços, (iii) aumento de 20,1% no resultado de Participações em Controladas, Coligadas e JV e (iv) aumento de 6% nas despesas administrativas.

Já a margem financeira bruta, que mede o resultado com operações que rendem juros, foi a R$ 15,3 bilhões no período, alta de 3,6% frente o quarto trimestre do ano passado e avanço de 5,6% na comparação anual.

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As receitas de prestação de serviços somaram R$ 7,5 bilhões no 1T22, recuo de 3,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior (4T21), impactadas pelo efeito sazonal e pelo desempenho das receitas de operações de crédito (-13,3%) e de mercado de capitais (-40,4%). Os destaques positivos foram as receitas de seguridade (+1,4%) e consórcios (+4,6%).

Já na visão em 12 meses, o crescimento foi de 9,4%, influenciado pelo desempenho comercial nos segmentos de administração de fundos (+16,7%), seguridade (+15,2%), consórcios (+41,8%) e operações de crédito (+28,3%), que mais do que compensaram a redução apresentada nas receitas com conta corrente (-8,8%).

A Carteira de Crédito Ampliada, que inclui, além da Carteira Classificada, TVM privados e garantias, totalizou R$ 883,5 bilhões em março, crescimento de 1% na comparação com dezembro de 2021. Na comparação com março de 2021 o crescimento foi de 16,4%. Em ambos os períodos de comparação foi observado crescimentos em todos os segmentos, informou o banco estatal. A carteira Pessoa Física cresceu 1,2% frente a dezembro de 2021, influenciada pela performance positiva no crédito consignado (+1,3%), CDC salário (+3,9%) e no empréstimo pessoal (+7,1%).

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Na Pessoa Jurídica houve crescimento trimestral de 1,0%. O banco estatal deu destaque para o crescimento de grandes empresas ampliada (+4,5%). No Agronegócio a carteira cresceu 2,6%, na comparação com dezembro, com destaque para o custeio agropecuário (+4,8%), para a linha de investimento (+11,0%) e para a cédula de produto rural e garantias (+6,4%).

O Banco do Brasil atingiu R$ 2,0 trilhões em ativos totais em março de 2022, alta de 5,4% no trimestre e 11,4% no ano. A variação é atribuída à alta nos ativos financeiros, em especial títulos e valores mobiliários.

Inadimplência: alta frente 4T21, queda frente o 1T21

Já o índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias mostrou crescimento frente a dezembro de 2021, quando estava em 1,75%, atingindo 1,89% em março de 2022. Já com relação a março de 2021, houve ligeira baixa, uma vez que o o índice estava em 1,95%.

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O BB elevou a despesa com provisão para perdas esperadas com inadimplência em 9,3% no comparativo anual, para R$ 2,758 bilhões. O banco argumentou que havia elevado em 2020 seu nível de cobertura, “a qual deverá ser reduzida gradualmente ao longo dos próximos trimestres”.

O índice de cobertura  (que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes) teve queda, saindo de 325% em dezembro de 2021 para 297% em março de 2022.

Já as despesas administrativas cresceram 6% em 12 meses, para R$ 8,2 bilhões, abaixo da inflação do período.

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Na sequência dos resultados, o Banco do Brasil anunciou ter aprovado, em 9 de maio, a distribuição de R$ 443.296.279,71 a título de remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e R$ 1.477.370.475,92 sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), ambos relativos ao primeiro trimestre de 2022.

Os valores serão pagos em 31 de maio, tendo como base a posição acionária de 23 de maio, sendo as ações negociadas “ex” direito a partir de 24 de maio.

O valor por ação será de R$ 0,15534705486 para os dividendos e R$ 0,51772406601 para os JCP.

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Expectativas para o restante do ano

O presidente do Banco do Brasil afirmou que o banco deve ter lucro líquido ajustado em 2022 na parte alta da previsão divulgada ao mercado, que aponta lucros entre R$ 23 bilhões e R$ 26 bilhões no ano. “Estamos confiantes em entregar um lucro líquido ajustado na ponta alta do guidance”, disse o executivo, em nota à imprensa para comentar os resultados do banco.

Ribeiro afirmou também que nos próximos trimestres, a carteira de crédito da instituição continuará crescendo de forma sustentável e com um mix mais rentável.

“O crédito consignado permanece em nosso foco, tanto que, além de explorar nossa fortaleza nesse negócio com funcionários públicos, estamos ampliando os negócios com beneficiários do INSS trabalhadores da iniciativa privada”, destacou o executivo.

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