Ambev (ABEV3) tem lucro ajustado de 3,08 bi no 2º tri, alta de 4,2%; volumes sobem, enquanto pressões de custos persistem

O Ebitda ajustado (orgânico) subiu 17,6% na base anual, a R$ 5,538 bilhões, enquanto o reportado avançou 4,7% na mesma base de comparação

Lara Rizério

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A Ambev (ABEV3) registrou lucro ajustado de R$ 3,0858 bilhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), crescimento de 4,2% em relação aos R$ 2,9627 bilhões no 2T21, informou a companhia nesta quinta-feira (28). O desempenho, segundo a companhia de bebidas, foi impulsionado pelo crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), parcialmente compensado por maiores despesas financeiras.

O Ebitda ajustado (orgânico) subiu 17,6% na base anual, a R$ 5,538 bilhões, enquanto o reportado avançou 4,7% na mesma base de comparação.

“O crescimento foi impulsionado pelo desempenho da receita, que, conforme previsto, continua a crescer à frente do Ebitda devido aos obstáculos nas commodities que impactam o Custo do Produto Vendido (CPV) e às contínuas pressões inflacionárias”, aponta a empresa.

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A receita líquida orgânica teve avanço de 19,6% e a reportada subiu 14,5% na mesma base de comparação, para R$ 17,989 bilhões. A companhia destaca o desempenho do volume e crescimento da receita líquida por hectolitro (“ROL/hl”) de 12,7%.

“A receita líquida cresceu na maioria das nossas unidades de negócios: NAB [bebidas não-alcoólicas] Brasil +43,3%, América Latina do Sul (LAS – Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile) +40,4%, Cerveja Brasil +22,7% e Canadá +3,2%, enquanto na CAC reduziu em 0,2%”, apontou.

O volume total orgânico teve alta de 6,1% na base anual, liderado por NAB Brasil (+16,2%), Cerveja Brasil (+8,5%) e América Latina Sul (“LAS”) (+1,5%), e apoiado pelo retorno contínuo de ocasiões fora de casa. Os volumes do Canadá e da América Central e Caribe (“CAC”) reduziram em 2,9% e 10,5%, respectivamente.

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Pressão de custos

No trimestre, a Ambev entregou mais de 40 milhões de hectolitros, um recorde para um segundo trimestre, informou.

“Apesar do aumento da inflação em nossos mercados, nossa estratégia comercial continuou a impulsionar nosso desempenho de receita, uma vez que a recuperação das ocasiões fora de casa continuou”, apontou.

O volume cresceu 6,1% no consolidado, impulsionado principalmente pelo Brasil, onde a premiumização contínua, a resiliência do core e o contínuo desenvolvimento das inovações no core plus resultaram em um crescimento de 8,5% no volume da cerveja, enquanto o volume de NAB aumentou 16,2%, impulsionado pela distribuição alavancada pelo BEES e consistente estratégia comercial, destacou a companhia.

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O desempenho na LAS permaneceu alinhado com as tendências anteriores, com volume crescendo 1,5%, auxiliado pela Bolívia, que continua a se recuperar de sequenciais ondas de infecções causadas pela COVID-19, destacou a empresa.

“Por outro lado, permanecemos atentos aos desdobramentos do macroambiente na região que poderiam prejudicar os nossos negócios, especialmente na Argentina”, ressalta.

Na CAC (América Central e Caribe – 11 países no total: El Salvador, Guatemala, Panamá, Nicarágua, entre outros) e no Canadá, o desempenho do volume foi negativo. “Na CAC, a República Dominicana ainda foi impactada pela escassez de garrafas de vidro principalmente em abril e parte de maio, enquanto no Panamá, além de lidarmos com problemas de fornecimento, enfrentamos uma mudança na dinâmica concorrencial de curto prazo”, destaca.

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No Canadá, apesar da reabertura ocorrer depois do fim das restrições geradas pela COVID-19, o negócio ainda foi impactado por uma indústria fraca.

“Commodities continuaram sendo um fator determinante, levando a um aumento de 17,8% no CPV/hl excluindo depreciação e amortização no trimestre. Enquanto isso, o SG&A cresceu 17,7%, principalmente impactado pela pressão inflacionária associada a maiores investimentos em vendas e marketing, mas parcialmente compensado por menor provisão de remuneração variável. Como resultado, o Ebitda ajustado aumentou em 17,6%”, reforça a empresa.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.