Renner: LREN3 desaba após balanço de altas expectativas e com inflação em alta

Companhia divulgou seu balanço na noite da última quinta-feira

Felipe Moreira

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Um dia após suas rivais C&A (CEAB3) e Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, fecharem com fortes perdas pós-balanço, as ações da Lojas Renner (LREN3) também registram uma desvalorização acentuada no pregão desta sexta-feira (8).

Às 12h30 (horário de Brasília), os papéis da Lojas Renner recuavam 7,13%, cotadas a R$ 16,78. Além do resultado em si, os dados de inflação medidos pelo IPCA acima do esperado também afetam as varejistas quase como um todo na Bolsa. O IPCA avançou 4,7% em 12 meses, acima do teto da meta de inflação para este ano, definida em 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A varejista de vestuário divulgou seus resultados trimestrais na noite da última quinta-feira (7), que vieram em linha com as expectativas da XP Investimentos e do Bradesco BBI.

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A XP Investimentos disse que o destaque positivo foi a margem bruta do varejo, apoiada por um modelo mais ágil, com a maior parte da coleção desenvolvida durante a estação, enquanto a alavancagem operacional levou o Ebitda ajustado (com IFRS e excluindo créditos fiscais) a subir 2,0 p.p., apesar das maiores provisões de bônus e outras despesas.

Quanto à Realize, o Ebitda ajustado ficou acima das projeções da XP, atingindo R$ 58 milhões, devido à menor necessidade de provisionamento, enquanto as principais métricas melhoraram, em linha com seus pares.

Já o lucro líquido foi de R$ 255 milhões, 20% acima das expectativas da XP, devido à recuperação de créditos fiscais (R$38 milhões), enquanto a geração de caixa foi de R$ 337 milhões, embora tenha caído 50% devido a maiores necessidades de capital de giro.

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O Bradesco BBI, por sua vez, comenta que a Lojas Renner relatou resultados neutros a ligeiramente positivos no 3T24, com os resultados do varejo ajustados para fatores não operacionais não muito distantes de suas estimativas, enquanto a margem bruta do varejo e o desempenho da Realize foram os principais destaques positivos do trimestre.

Segundo BBI, a tendência da tese da Lojas Renner realmente parece mais saudável agora, e o recente rali (LREN3 +25% desde o último resultado) já precifica em certa medida as expectativas de descompressão do lucro líquido em andamento (alta de 48% na base anual).

O BBI ainda ressalta que a “linguagem corporal” mais segura da gerência continua em vigor, mencionando que a companhia entrou em uma nova fase de crescimento e lucratividade sem necessidades significativas de investimento em infraestrutura, em contraste com os últimos anos.

Diante disso, o BBI manteve classificação de compra e preço-alvo de R$ 25, com base na melhora do momento em uma avaliação razoável de 12 vezes Preço/Lucro para 2025.

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Já o Itaú classificou os resultados da Renner como muito fortes, mas as expectativas do consenso eram muito altas.

O BBA pontuou que a Renner relatou forte crescimento das vendas mesmas lojas (SSS), expansão da margem bruta, alavancagem operacional e melhora no negócio de crédito. Mas o banco acredita que o mercado tinha expectativas muito altas, especialmente no crescimento da receita.

O lucro líquido ajustado foi de R$ 193 milhões, cerca de 12% abaixo das projeções do BBA, mas 32,5% acima na base anual.

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A equipe de research do BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24.

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