Renner e Bradesco propõem dar ações de “presente” e investidor pode ampliar ganhos com dividendos

 As novas ações são distribuídas gratuitamente aos acionistas, sempre na proporção da quantidade de ações que o investidor já possuía

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Os acionistas do Bradesco (BBDC4) e da Lojas Renner (LREN3) serão “presenteados” com mais ações das companhias. Trata-se de uma bonificação resultante da distribuição de resultados da empresa através da emissão de novas ações. 

Estes novos papéis são distribuídos gratuitamente aos acionistas, sempre na proporção da quantidade de ações que o investidor já possuía. No caso dos acionistas do Bradesco, serão concedidas duas novas ações para cada 10 papéis que o investidor tenha, e a Renner oferecerá um ativo a cada 10 ações. 

Mas o prêmio mesmo aos investidores virá no pagamento de dividendos e JCP (juros sobre capital próprio), já que a remuneração é paga por cada ação. Assim, quanto mais ações um investidor tiver, mais dinheiro ele receberá nos pagamentos de proventos. 

O Bradesco, por exemplo, informou que vai manter o valor da distribuição de juros sobre capital próprio mensais em R$ 0,017249826 por ação ordinária e R$ 0,018974809 por ação preferencial. “Dessa forma, o montante global pago mensalmente aos acionistas será incrementado em 20%, após a inclusão das novas ações nas suas posições”, ressalta o banco. No caso da Renner, o aumento pode ser de 10% caso a empresa mantenha o valor de dividendos pagos por ação. 

Ação mais barata

A distribuição de bonificações em ações geralmente não traz um efeito positivo sobre a posição em ações do investidor, já que o aumento na quantidade de papéis acaba sendo compensado pela queda no preço dos mesmos.

Portanto, ter 400 ações a R$ 50 cada, ou 500 a R$ 40 cada faz pouca diferença, já que o valor da posição, de R$ 20.000, segue o mesmo. É como se o valor de mercado da empresa fosse diluído em mais “parcelas”. 

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Por que bonificar? 

A bonificação é a distribuição de resultados com a incorporação de reservas ao capital social. A bonificação aumenta o capital social e a quantidade de ações da empresa, mas sem alterar o valor do patrimônio líquido, já que as reservas fazem parte do patrimônio da companhia.

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Deste modo, isso explica porque não existe alteração no valor possuído por cada acionista, pois, na prática, a empresa não vale mais por conta deste evento.

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O Bradesco justificou sua operação de bonificação pelo propósito de aumentar a liquidez das ações mercado, considerando que uma quantidade maior de ações em circulação, potencialmente, gera incremento nos negócios, e possibilitar um ajuste na cotação das ações, tornando o preço por ação mais atrativo e acessível a um maior número de investidores. Além disso,  melhorar a adequação do saldo das reservas de lucros frente aos limites legais. O aumento do capital social do banco será de R$ 8 bilhões.

A decisão da Renner vem na esteira do lucro líquido de R$ 1,020 bilhão no ano passado, com crescimento de 39,2% ante 2017. O capital social da Renner terá o incremento de R$ 1,11 bilhão, sendo R$ 72 milhões com a incorporação de parte do saldo de reservas de capital e R$ 1,04 bilhão com incorporação de parte do saldo de reservas de lucros, com bonificação de ações.