Reforma do abono reduzirá em 5,7% renda de 24 mi de trabalhadores, diz professor

Reduzir o abono que movimenta a economia com a injeção de mais de R$ 17 bilhões por ano pode refletir no desempenho econômico do País

Estadão Conteúdo

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As mudanças propostas pelo governo no abono salarial podem reduzir em 5,7% a renda anual de 24 milhões trabalhadores com renda entre um e dois salários mínimos, segundo o professor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) Pedro Rossi. Reduzir o abono que movimenta a economia com a injeção de mais de R$ 17 bilhões por ano, conforme ele, pode refletir no desempenho econômico do País.

“Isso tem impacto macroeconômico. São pessoas com renda baixa que consomem. Tirando recursos de pessoas que ganham entre 1 e 2 salários mínimos, como faremos girar a girar economia?”, questionou ele durante audiência pública sobre Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Abono Salarial no âmbito da PEC da reforma da Previdência.

Segundo Rossi, a crise do País resulta de queda do consumo e investimento. Com a redução da renda de quem ganha mais não será possível que essas pessoas consumam mais, o que, na sua avaliação, derruba a tese de que empresas investiriam mais. “A demanda do produto está justamente nessas pessoas. O 13º salário não alimenta o Natal? O abono é parecido”, acrescentou.

Rossi destacou ainda que a mudança no abono social também pode refletir na desigualdade social do País. “Não é significativo, mas aumenta”, concluiu.