Rede de varejo norte-americana Sears está perto da falência e de pedir recuperação judicial

Dívidas da rede já somam US$ 5,6 bilhões

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – A holding da tradicional varejista norte-americana Sears está a “dias” de entrar em falência, dizem fontes consultadas pelo The Wall Street Journal. Ela já estaria também preparando um pedido de recuperação que deve ser apresentado na próxima sexta-feira.

O presidente executivo da rede, Eddie Lampert, está em negociações com o conselho de administração para chegar a um plano de resgate, mas até mesmo essas conversas estão “travadas”, já que o grupo se recusa em aprovar o plano proposto pelo executivo. Ele quer reestruturar a dívida de US$ 5,6 bilhões sem um pedido de recuperação judicial.

Lambert, que também dirige o fundo de hedge ESL Investment, propôs reduzir a dívida da rede de US$ 5,6 bilhões para US$ 1,2 bilhão. Ele e seu fundo são os maiores acionistas da rede.

Além da última proposta de Lampert, a comissão avalia uma oferta anterior do executivo de comprar a marca de eletrodomésticos da rede, a Kenmore, por US$ 480 milhões.

Fundada em 1983, a Sears chegou a ser a maior rede de varejo do mundo na década de 1960, mas desde a crise financeira de 2008 tem registrado prejuízos seguidos. Ela se tornou um “símbolo” do declínio das varejistas físicas frente ao crescimento de lojas de e-commerce, como a Amazon – que hoje já ameaça não só as varejistas, mas outros mercados dos Estados Unidos. A Sears é controladora também da loja de conveniência Kmart.

Em 2008, suas ações valiam mais de US$ 100, mas despencaram para menos de US$ 1 no ano passado.

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Na manhã desta quarta-feira (10), após a notícia da possível falência da empresa, as ações caíam mais de 35%, cotadas a US$ 0,38.

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A falência da rede segue o fechamento da também varejista Toys R Us, loja de brinquedos que na década de 1990 foi a maior da categoria nos Estados Unidos. Sua dívida chegou à marca de US$ 5 bilhões.