Real é a 2ª melhor moeda em janeiro, mas a 2ª pior do mundo em 12 meses; veja ranking

A liderança positiva é o Rublo Russo, que valorizou 11,34% no período; o peso argentino, por sua vez, é a moeda que mais desvalorizou em 12 meses

Camille Bocanegra

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Considerada a pior moeda de 2024 entre as principais cestas de moedas, o real teve a maior valorização mensal frente ao dólar Ptax desde junho de 2023 no acumulado do primeiro mês de 2025, de acordo com estudo da Consultoria Elos Ayta.

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Até o fechamento do dia 24 de janeiro, o real apresenta uma valorização de 5,09%, encerrando o mês em R$ 5,8925. Este desempenho, segundo o estudo, não era visto desde junho de 2023, quando o real alcançou uma valorização de 5,74%.

Real tem maior valorização mensal frente ao dólar Ptax desde junho de 2023 (Fonte: Consultoria Elos Ayta; dados de 24 de janeiro)

Dentre as principais moedas do mundo em 2025, o real ficou em segundo lugar tanto considerando a cotação PTAX quanto a cotação comercial. A liderança é o Rublo Russo, que valorizou 11,34% no período.

Melhores moedas do mundo em comparação com o dólar em 2025 (Fonte: Elos Ayta)

Mesmo em um recorte maior de tempo (12 meses), o real se recuperou ligeiramente e perdeu o posto de pior do mundo neste início de 2025. Ainda assim, a moeda brasileira figura em segundo lugar no ranking de desvalorização nos últimos 12 meses. A campeã, no momento, é o peso argentino, com 21,56% de desvalorização no período, de acordo com estudo da Consultoria Elos Ayta, com exclusividade para o InfoMoney.

Valorização das principais moedas negociadas perante o dólar em 12 meses – dados de 23 de janeiro de 2025 (Fonte: Elos Ayta)

Há diferença, no entanto, quando consideramos a valorização observada na cotação do dólar comercial (que perdeu 13,50% perante o dólar nos últimos 12 meses) contra a cotação do dólar ptax (que recuou 17,07%).

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Enquanto a primeira é o parâmetro para realizações de operações de compra e vendas de contrato em moeda estrangeira, a segunda é a média de valores usada como taxa de referência.

O que acontece com o dólar nos últimos dias?

O dólar comercial registrou nesta última semana o maior recuo semanal desde agosto do ano passado, em período marcado pelo início do segundo mandato de Donald Trump como presidente dos EUA. O mandatário adotou um tom mais suave sobre tarifas a outros países e sinalizou até mesmo a possibilidade de um acordo comercial com a China.

“Trump começou em marcha lenta do ponto de vista econômico, o que surpreendeu o mercado, que estava posicionado para uma coisa mais pesada. O real surfou essa onda de apetite ao risco no exterior”, afirmou ao Broadcast o chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos Alexandre Viotto. Além disso, quando o dólar rompeu o piso de R$ 6,00, houve zeragem das posições compradas na moeda americana que acabou turbinando o real ao longo desta semana.

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Em entrevista a Fox News, Trump disse que os EUA têm um grande poder em relação à China, que é a imposição de tarifas de importação, mas que sua preferência seria não usá-lo. A leitura entre analistas é que o presidente dos EUA vai manter, neste primeiro momento, a ameaça de um ‘tarifaço’ como instrumento de barganha. No fim da tarde, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) anunciou que conduzirá uma revisão do acordo comercial e econômico que mantém com a China.

(com Estadão Conteúdo)