Real digital fará Brasil sair na frente na digitalização da intermediação financeira, diz Campos Neto

Nova apresentação do real terá piloto lançado ainda no primeiro semestre de 2023

Paulo Barros

José Cruz/Agência Brasil
José Cruz/Agência Brasil

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O real digital, apresentação virtual da moeda brasileira que terá piloto lançado ainda no primeiro semestre de 2023, vai fazer o Brasil se distanciar do resto do mundo na digitalização do processo de intermediação financeira, disse nesta quarta-feira (15) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Segundo Campos Neto, a moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) desenvolvida pelo BC faz parte de um conjunto de três blocos, com o Pix e o Open Finance, que ajudará a elevar os serviços financeiros no Brasil para outro patamar.

“A moeda digital [entra] para avançar o processo de tokenização, ou seja, de digitalização, de parar de enxergar um banco como só um sistema de contas e passar a enxergar um pouco mais como sistema de tokens”, falou o presidente do BC em evento promovido pelo BTG Pactual na manhã de hoje.

Tokens são a representação digital de um ativo – dinheiro, propriedade e investimento, por exemplo – em uma rede de registro distribuído. O termo é normalmente atribuído ao universo das criptomoedas, mas o BC já afirmou no passado que o real digital não será um criptoativo.

Atualmente, o Banco Central trabalha junto com instituições que criaram provas de conceito com o objetivo de desenhar os casos de uso para o real digital. Esse é o caso do sistema de crédito rural usando tokens, do locker inteligente integrado a contratos inteligentes, e do sistema de transferência de veículos automatizado por meio de smart contracts, programas de computador que intermediam operações financeiras.

“A gente vê pilotos, por exemplo, onde a tokenização melhora a parte de back office, melhora a parte securitização de ativos, melhora muito a parte de risco”, comentou Campos Neto. “Em um experimento, você consegue ver risco atomizado de até 600 mil transações por segundo, são vários experimentos que melhoram a eficiência como um todo”, completou.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas