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O real digital, apresentação virtual da moeda brasileira que terá piloto lançado ainda no primeiro semestre de 2023, vai fazer o Brasil se distanciar do resto do mundo na digitalização do processo de intermediação financeira, disse nesta quarta-feira (15) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo Campos Neto, a moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) desenvolvida pelo BC faz parte de um conjunto de três blocos, com o Pix e o Open Finance, que ajudará a elevar os serviços financeiros no Brasil para outro patamar.
“A moeda digital [entra] para avançar o processo de tokenização, ou seja, de digitalização, de parar de enxergar um banco como só um sistema de contas e passar a enxergar um pouco mais como sistema de tokens”, falou o presidente do BC em evento promovido pelo BTG Pactual na manhã de hoje.
Tokens são a representação digital de um ativo – dinheiro, propriedade e investimento, por exemplo – em uma rede de registro distribuído. O termo é normalmente atribuído ao universo das criptomoedas, mas o BC já afirmou no passado que o real digital não será um criptoativo.
Atualmente, o Banco Central trabalha junto com instituições que criaram provas de conceito com o objetivo de desenhar os casos de uso para o real digital. Esse é o caso do sistema de crédito rural usando tokens, do locker inteligente integrado a contratos inteligentes, e do sistema de transferência de veículos automatizado por meio de smart contracts, programas de computador que intermediam operações financeiras.
“A gente vê pilotos, por exemplo, onde a tokenização melhora a parte de back office, melhora a parte securitização de ativos, melhora muito a parte de risco”, comentou Campos Neto. “Em um experimento, você consegue ver risco atomizado de até 600 mil transações por segundo, são vários experimentos que melhoram a eficiência como um todo”, completou.
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