Reação ao Copom unânime, Lula e falas do BC: os destaques do mercado hoje

Banco Central interrompeu, em decisão unânime, o ciclo de afrouxamento monetário e manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano

Felipe Moreira

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Os ativos locais vão repercutir a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil de interromper o ciclo de afrouxamento monetário e manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Economistas e analistas de mercado esperavam que o colegiado do BC optasse por passar uma mensagem de consenso na última quarta-feira e isso pode fazer toda a diferença na abertura dos mercados nesta quinta-feira (20).

Na agenda, o presidente Lula participa de eventos no Ceará, enquanto Otavio Damaso e Renato Brito Gomes, diretores do BC, concedem palestras na 3ª Edição do Congresso Regulação e Concorrência no Mercado Financeiro, promovido pela Associação Brasileira de Instituição de Pagamentos (ABIPAG), em Brasília.

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Agenda

A agenda de hoje tem como destaque a participação do presidente Lula em eventos no Ceará.

8h30: Renato Dias de Brito Gomes dá palestra na 3ª edição do Congresso Regulação e Concorrência no Mercado Financeiro – Painel: “Competição e regulação em pagamentos digitais”, organizado pela ABIPAG

9h: Otavio Damaso dá palestra em evento da ABIPAG

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10h: Haddad tem reunião com José Henrique Paim Fernandes, Diretor da Diretoria de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais (FGV)

12h: Lula participa de cerimônia de anúncios de investimentos para as instituições federais de educação do Ceará

12h30: Haddad tem almoço com a Direção do Jornal O Globo

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16h: Lula participa de cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida no Residencial Cidade Jardim III

BC interrompe corte de juros e mantém Selic a 10,5%

Como amplamente esperado pelo mercado o colegiado do BC optou por passar uma mensagem de consenso na decisão da última quarta, uma vez que a decisão dividida da última reunião, em maio, havia gerado ruídos sobre divergências internas.

O placar anterior de 5 a 4 pela redução do ritmo de cortes naquela reunião trouxe uma leitura de possível tolerância com a inflação por parte dos novos diretores indicados pelo governo Lula. No ano que vem, serão sete os integrantes do Comitê nomeados pela atual gestão.

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Mas desta vez votaram pela manutenção tanto o presidente Roberto de Oliveira Campos Neto como os diretores, Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

“Apesar das pressões políticas, vistas pelos recentes comentários de Lula, o voto foi unânime por parte dos membros do comitê, contrapondo o receio de que aqueles que foram propriamente indicados pelo presidente poderiam divergir da decisão”, avalia José Alfaix, economista da Rio Bravo. Ele ressalta que a decisão é apoiada nas preocupações com a política fiscal, com a percepção cética a respeito da sustentabilidade da dívida, e impulsos fiscais que tem se manifestado na resiliência das medidas da inflação.

Haddad diz que vai esperar ata do Copom para comentar decisão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não quis comentar na última quarta sobre a decisão do Copom e disse que vai esperar a minuta da reunião, que sai na próxima terça-feira. Haddad ainda fez questão de afirmar que tem confiança nas pessoas indicadas ao Banco Central.

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Políticos e entidades criticam manutenção de juros básicos

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes da taxa Selic, juros básicos da economia, recebeu críticas de políticos e do setor produtivo. Na avaliação deles, a manutenção dos juros em 10,5% ao ano prejudica a recuperação da economia.

Em postagem na rede social X (antigo Twitter), a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), classificou de injustificada a decisão do Copom.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom foi inadequada e excessivamente conservadora.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o atual nível de juros gera preocupações significativas sobre os efeitos adversos no crescimento econômico.

 

Radar Corporativo

Petrobras (PETR4)

Magda Chambriard tomou posse na última quarta-feira na presidência da Petrobras (PETR4), em uma cerimônia que foi marcada por posicionamentos em relação aos dividendos da companhia, sua trajetória na companhia e à exploração da Margem Equatorial, além de inúmeras críticas à Lava Jato.

Início de produção

A Petrobras (PETR4) espera que a plataforma Maria Quitéria inicie a produção no quarto trimestre do ano. A embarcação partiu da China em maio e deve chegar ao Brasil ao longo do terceiro trimestre deste ano, segundo comunicou a empresa nesta quarta-feira.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)