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A RD Saúde, ex-RaiaDrogasil (RADL3), recentemente passa por desvalorização, com queda de 17% no ano (ante 3% de queda do Ibovespa). Justamente pelo recuo, o Morgan Stanley considera que a ação negativa de preço gera uma oportunidade atraente para investidores e elevou a recomendação de equal-weight (peso equivalente, similar à neutro) para overweight (peso superior, similar à compra), com novo preço alvo de R$ 30,00 (ante os R$ 27,00 estimados anteriormente).
Mesmo com quedas, o banco segue apostando na consistência da tese e ressalta que o nome costuma negociar a múltiplos altos. Por isso, o desempenho atual poderia oferecer um ponto de entrada oportunístico para a história da companhia. A estimativa de preço mais elevada reflete também o potencial de alta estimado pelo banco em 23%.
A indústria farmacêutica conta com fatores impulsionadores que permaneceriam inalterados e, nesse cenário, a RADL3 superaria seus pares, tanto em escala quanto em consistência na execução. A expectativa do banco é que o mercado de varejo farmacêutico cresça 8 a 11% nos próximos anos.
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Dentre as alavancas para o avanço, estariam o envelhecimento da população e uma nova onda de medicamentos patenteados. “Os varejistas estão bem posicionados para se beneficiar dessas tendências de crescimento, mais do que os players industriais locais, como a Hypera (HYPE3), que podem ser afetados por viés de portfólio e alguma dependência de canais independentes”, consideram os analistas.
Esse também seria o caso da RD Saúde, que tem números que sustentam a tese de que estaria bem posicionada para a fase da indústria. A companhia apresenta forte pipeline de lojas, com expectativa de 280 a 300 novas farmácias por ano entre o fim de 2024 e o fim de 2025.
Além disso, segue apresentando superação das vendas em mesmas lojas (MSSS). A análise destaca também que a expansão de receita somada à melhoria de margem pela diluição de custos deve impulsionar sólida expansão do lucro por ação.
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Em resumo, para o banco, a desvalorização não teria a ver com fundamentos do nome. O Morgan considera que investidores podem ter reagido de forma exagerada a anúncios negativos sobre impostos e preocupações sobre crescimento de mercado farmacêutico. O setor foi marcado, no ano passado, por contratempos que impactaram o quarto trimestre de 2023, cita a análise.
“No futuro, os impactos fiscais parecem estar majoritariamente precificados e a empresa está no caminho para continuar superando o mercado enquanto dilui despesas, resultando em expansão dos lucros, o que pode potencialmente levar a um retorno aos múltiplos históricos”, afirma o banco.