Rali do minério vai continuar? Goldman destaca por que o mês de março será importante para a commodity

Após rali recente, muitos investidores têm se questionado se os preços do minério de ferro e ações superaram os fundamentos

Felipe Moreira

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O Goldman Sachs destacou que o mercado vem negociando ações de mineradoras e siderúrgicas tendo como catalisador principal a reabertura do comércio da China e expectativas de melhoria da demanda.

“Mas, dada a magnitude do rali recente (as ações de Vale VALE3 e o minério de ferro subiram 50% das mínimas de setembro, o última acima dos US$ 120 a tonelada), muitos investidores têm se preocupado com suas posições e questionado se os preços do minério de ferro e ações estão além do que os fundamentos indicam”, comenta o banco, em relatório.

Diante disso, analistas veem gatilhos específicos nos próximos meses (principalmente março) para entender melhor se o atual rali deve se sustentar ou não.

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Em primeiro lugar, segundo analistas, a produção de minério de ferro deve registrar crescimento sazonal de março em diante, pois as exportações de minério de ferro no Brasil e Austrália tendem a cair em janeiro e fevereiro devido às fortes chuvas no Brasil e furacões na Austrália.

Além disso, março marca a primeira sessão anual do Congresso Nacional do Povo da China. O evento acontecerá em 5 de março e deve revisar o trabalho do governo em 2022 e elaborar o Plano de Desenvolvimento Econômico para 2023, promovendo uma potencial clareza da política macroeconômica do gigante asiático.

Em terceiro lugar, depois de um período sazonal fraco para a produção e consumo de aço na China em torno do Ano Novo Lunar, siderúrgicas podem reabastecer matéria-prima e aumentar a produção se o sentimento e a demanda final forem favoráveis.

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O Goldman Sachs também aponta a melhora da mobilidade na China à medida que os casos de Covid atingem o pico. O banco espera que as infecções por Covid em todo o país tenham atingindo o pico entre o final de dezembro e o início de janeiro. Para analistas “cidades reabertas cedo” podem adotar uma recuperação total da mobilidade no final de janeiro a fevereiro, enquanto algumas regiões retardatárias podem experimentá-la entre março e abril.

No cenário local, o banco citou que, em evento do setor no início desta semana, participantes do setor mencionaram que as siderúrgicas e montadoras no Brasil concordaram com um desconto de 9 %a 12% para contratos com vencimento em janeiro, o que é ligeiramente melhor do que as expectativas entre 10% e 15% em dezembro ou mesmo expectativas de 20% a 30% do 3T22.

Segundo analistas, o evento também sugere que muitos contratos foram alterados de anuais para semestrais ou trimestrais. Eles veem isso como positivo para a Usiminas (USIM5; 33% dos volumes do Brasil para o setor automotivo setor) e, em parte, à CSN (CSNA3; 13%). Os participantes também sugerem algumas melhorias da demanda em janeiro em relação às baixas de dezembro, mas ainda em um ritmo muito baixo.

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