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SÃO PAULO – A falta de oferta de água poderá reduzir o tamanho de um racionamento de energia elétrica no país neste ano, já que a escassez de água reduziria a atividade industrial, naturalmente diminuindo a demanda por energia.
“A demanda por energia está caindo naturalmente. A indústria é a principal consumidora. Esse alívio não está sendo projetado direito”, disse a jornalistas o sócio-diretor da LCA Consultores Fernando Camargo, após palestrar no evento Energia e Cenários 2015, da Viex Americas.
Camargo explica que a falta de água tende a ocorrer antes de haver falta de energia. A água é combustível para geração de energia nas hidrelétricas, principal fonte de produção de eletricidade do país, mas o setor elétrico ainda conta com outras alternativas de geração de energia.
Já para a crise de abastecimento de água que atinge o Sudeste do país não há alternativa, e esse racionamento já ocorre em diversas áreas.
Atualmente, a LCA projeta como cenário mais provável uma necessidade de racionamento de 5 a 10 por cento da carga de energia nesse ano, número que pode até cair a depender da redução da demanda e chuvas até abril.
“O racionamento de água pode até evitar o de energia porque irá paralisar a indústria. Mas não é prudente, o governo não pode contar com esses alívios”, acrescentou Camargo.
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Ele considera ainda que apenas um sinal de aumento do preço da energia não é uma variável crucial para reduzir o consumo no caso das residências.
Atualmente, a LCA estima um crescimento de no máximo 1 por cento na demanda de energia do país neste ano, podendo até ficar negativa, a depender do cenário. Para o PIB, a projeção é de queda de 1 por cento, já considerando racionamento de água e energia.
“Parece urgente fazer uma intervenção na carga de energia do sistema. (O corte de carga de energia) tem que ser feito de forma regulamentada para evitar perdas financeiras para os agentes”, disse Camargo, durante palestra.