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RIO DE JANEIRO – A Anima Educação (ANIM3) pretende começar a oferecer ensino a distância no próximo ano, enquanto mantém conversas para novas aquisições de instituições de ensino superior com marcas reconhecidas regionalmente, após ter comprado a Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo, em abril.
Diferentemente de concorrentes como a Estácio (ESTC3) e a empresa resultante da união entre Kroton (KROT3) e Anhanguera (AEDU3), que disputam a liderança do mercado com escala de alunos, a Anima busca comprar marcas regionais com tradição em suas áreas de atuação.
“A gente quer agregar bastante valor com uma quantidade (de alunos) bastante expressiva. E isso não significa ser o maior e não significa ser pequeno, de nicho. O nosso posicionamento é como se fôssemos as PUCs”, disse à Reuters o diretor-presidente da companhia de ensino superior, Daniel Castanho, referindo-se à Pontifícia Universidade Católica.
A Anima, que divulga resultados de segundo trimestre em 13 de agosto, procura marcas familiares que já passaram por algum processo de profissionalização e sobreviveram ao mercado de maior concorrência nos últimos anos.
“(Os donos) fazem a conta: se venderem a instituição, mais o dinheiro do aluguel, já que são donos dos imóveis, isso vai render muito mais do que está rendendo hoje com um risco enorme”, disse.
“Muitas vezes o dono é o pai, o avô (da família fundadora). Eles não querem vender para qualquer um. Eles querem alguém que respeite o legado deles”, acrescentou.
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Segundo Castanho, a Anima manterá a marca da São Judas e fará uma expansão orgânica regional, em São Paulo e nas cidades vizinhas. A companhia já adotou essa estratégia com o Centro Universitário Una, em Belo Horizonte, que hoje tem 10 campi na capital mineira, em Betim e Contagem.
Atualmente, a Anima tem mapeadas 200 instituições em 42 cidades do Brasil para possíveis aquisições e, segundo Castanho, há “algumas conversas bastantes fortes”. Porém, ele não citou prazos ou detalhes das negociações.
O presidente do grupo, que entrou na bolsa de valores em outubro passado com uma oferta inicial de ações que movimentou 468 milhões de reais, disse que o caixa da empresa “não é hoje um inibidor do crescimento”. Após a compra da São Judas, por 320 milhões de reais, a companhia ainda tem 180 milhões de reais em caixa que, segundo Castanho, deve se recompor ao longo do ano com geração de caixa próprio.
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Além da Una e da São Judas, a Anima também é dona da UniBH, também em Minas Gerais, da Unimonte, em Santos (SP), e de 50 por cento da HSM, voltada para educação corporativa.
No primeiro trimestre, considerado o mais relevante para empresas de educação por causa das matrículas do início do ano, a base total de alunos da Anima cresceu 14 por cento em relação aos três primeiros meses de 2013.
“Isso porque ainda temos só alunos presenciais”, disse Castanho, que espera uma aprovação ainda este ano do Ministério de Educação para oferecer ensino a distância, com possível início no próximo ano.
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A Anima tem um pedido inicial de 14 polos junto ao MEC, mas os dois primeiros anos de atuação no segmento devem ser de testes, ainda sem grande relevância para os resultados financeiros.
A modalidade tem ganhado relevância entre as instituições de ensino, diante da perspectiva de que o número de alunos a distância irá dobrar em cinco anos. Além de oferecer flexibilidade aos estudantes, o ensino a distante garante margens maiores para as companhias de educação.
MENSALIDADE MAIS ALTA
Ao se interessar por instituições mais tradicionais e reconhecidas em suas regiões, a Anima também busca uma mensalidade média maior, hoje em torno de 1 mil reais, em relação ao mercado.
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“A gente tem em BH um ticket médio semelhante ao da PUC (Minas), às vezes um pouco maior, 5 por cento maior”, disse o executivo, acrescentando que a universidade católica mineira e a UNA são as duas marcas de ensino privado mais reconhecidas de Minas Gerais.
Enquanto isso, a Kroton encerrou o primeiro trimestre com mensalidade presencial média de 676 reais, e a Estácio, de 539 reais.
Sobre uma possível mudança de governo após as eleições de outubro, Castanho afirmou que não espera alterações nos incentivos federais à educação.
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“Assim como segurança na companhia tem que ser premissa, educação para um país tem que ser premissa”, disse o executivo.
“Independentemente de quem seja o próximo governante, vai haver uma exigência maior por qualidade (do ensino)”, acrescentou.