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O sonho de viver de renda fica mais factível se o investidor conseguir ser fiel a uma estratégia que contemple ativos bons pagadores de dividendos. Esse processo pode ser impulsionado pelos aportes em papéis que se mostrem promissores no médio e longo prazo. Para Vicente Guimarães, CEO da VG Research, as ações de bancos, de empresas de energia e seguradoras estão entre esses setores.
“O setor de construção civil que está muito ‘amassado’ [ações com queda acentuada de preço]. Quando olhamos o setor, ele não está no auge, então é o momento de comprar, porque será possível ganhar com a valorização dos papéis e com o aumento dos dividendos”, explicou.
A declaração foi dada durante o painel “Viver de renda: os FIIs e as ações mais indicadas para ganhar com dividendos”, realizado durante o Onde Investir 2024, evento do InfoMoney.
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Guimarães espera que movimento semelhante ocorra com o setor bancário. Ele lembra que os papéis de parte dessas instituições sofreram com o aumento das provisões (reserva feita para lidar com o aumento da inadimplência). A tendência é que a situação se normalize e essas reservas sejam revertidas, contribuindo para o aumento do lucro e distribuição dos dividendos.
Como exemplo, Guimarães afirmou que vê bom potencial nas ações da Trisul e do Bradesco.
Já para Eduardo Mira, analista de investimentos e sócio do Clube FII e que participou do mesmo painel, o investidor também precisa ter em mente que uma empresa não será necessariamente uma boa pagadora de dividendos todos os anos.
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“A Mahle Metal Leve (LEVE3) foi uma boa pagadora de dividendos, mas isso não deve se repetir em 2024. Já a Itausa deve pagar dividendos maiores porque já investiu bastante e está na fase de colher o que foi plantado”, conta
Para o analista de investimento, é possível montar uma carteira de ações visando a renda passiva no futuro. Uma sugestão é ter papéis de 12 empresas divididas pelos setores bancários, de energia, saneamento e seguros.
Os dois especialistas ressaltam que é importante buscar oportunidades em setores que estão descontados e colher os benefícios da valorização dos preços e dos maiores dividendos. No entanto, explicam que os ativos bons pagadores de dividendos dificilmente serão os que apresentarão os maiores crescimentos de valor.
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“Se a empresa tem lucro, ela vai escolher o quanto vai distribuir e o quanto vai reinvestir para crescer. Se reinvestir mais, a empresa terá uma maior propensão ao crescimento dos lucros e valorização das ações. Se paga muito dividendo, não se pode esperar o maior crescimento de todos”, diz Mira.
FIIs mais descontados
Além disso, ele também vê oportunidades nos fundos imobiliários (FIIs), que vivem uma recuperação mais lenta em relação às ações.
“Vimos um crescimento forte da Bolsa de Valores de outubro para cá com a melhora das expectativas sobre os juros nos Estados Unidos, mas não vimos isso chegar nos FIIs. Ainda há muitos FIIs negociando abaixo do valor patrimonial”, alertou.
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Para ele, as melhores oportunidades estão no segmento de fundos de shoppings, que se beneficiam com a queda da Selic, e de renda urbana. As lajes corporativas também podem se beneficiar com a recuperação da economia.
E para essa estratégia ser consistente no longo prazo, o investidor precisa pensar no reinvestimento dos dividendos dos FIIs. Por lei, esses fundos são obrigados a distribuir 95% do lucro – diferente das empresas, que podem distribuir apenas 25% e o resto, reinvestir.
“O fato de os FIIs entregarem um bom dividendo nos exige reinvestir parte deles”, sugere Mira.
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Nos de tijolo, a recomendação é que o reinvestimento seja de ao menos 30% do dividendo distribuído. A fatia sobe para pelo 50% no caso dos FIIs de papel, que possuem cotas que têm menos propensão à valorização.
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